25 de mar. de 2009

"Protecionismo é um veneno", diz Peter Mandelson, na Fiesp

Ministro britânico defendeu o livre comércio dos países e lembrou que alguns termos protecionistas contaminam fortemente as negociações
Antecedendo a visita do primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, entre os dias 26 e 27 de março, o ex-comissário de comércio da União Européia e atual ministro para Negócios, Empreendimento e Reforma Regulatória do Reino Unido, Peter Mandelson, se encontrou com empresários na Fiesp e criticou fortemente as ações protecionistas que alguns países vem adotando como forma de diminuir os efeitos nocivos da crise.

Para Mandelson, o protecionismo comercial é um “veneno na economia mundial e que não há como transformar um ganho de curto prazo em uma vantagem duradoura”.

“O único jeito de mudarmos o cenário de crise econômica atual é buscarmos a confiança do mundo. Corrigindo problemas do sistema bancário, restaurando o fluxo crédito e incluindo as vitais linhas para comércio exterior”, explicou o ministro durante seminário na Fiesp, nesta quarta-feira (25).

Como forma de aquecer o mercado internacional, Mandelson disse que existem chances de um acordo entre os blocos comerciais. “Existem inúmeras oportunidades no comércio entre os blocos. Podemos tirar uma série de barreiras entre o Mercosul e a União Européia e injetar ar fresco na relação entre os países”, disse.

Embora otimista, o tom não foi o mesmo quando questionado sobre as chances de os países encontrarem uma solução efetiva para conter a crise internacional, na próxima reunião do G-20. Para o ex-comissário da União Européia, o resultado do G-20 será um direcionamento das ações a serem tomadas. “Não se mudará o mundo em um dia”, afirmou.

O encontro, que será realizado na semana que vem em Londres, vai determinar as direções para uma reforma no sistema financeiro mundial. "O ideal é chegarmos a um acordo sobre a direção que queremos seguir."

Parceria comercial

Mandelson aproveitou o encontro com empresários brasileiros e pediu mais esforços dos dois países para fomentar o comércio bilateral. “O comércio entre Reino Unido e o Brasil ainda está significativamente abaixo do seu potencial”, disse Mandelson, que ainda ressaltou a baixa participação brasileira no comércio mundial, de apenas 1,2%, ao contrário do Reino Unido que participa com 6%.

Em 2008, o Brasil exportou cerca de US$ 3,7 bilhões para o Reino Unido e importou US$ 2,5 bilhões, tornando-se superavitário em US$ 1,2 bilhões.

Kacy Lin, Agência Indusnet Fiesp


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