31 de mar. de 2009

Rússia já aceita carne suína de SC

Direto da ABIPECS

O setor produtor de suínos em Santa Catarina comemorou ontem a reabertura comercial do mercado da Rússia para as carnes do Estado, após três anos e três meses sem exportar para o país. Os catarinenses pretendem retomar a liderança na venda global de suínos, perdida para o Rio Grande do Sul após o embargo causado pelo registro de aftosa no Brasil, em outubro de 2005. Mas a retomada formal depende ainda de auditoria do Ministério da Agricultura nos frigoríficos e autorização final de autoridades russas para a habilitação das plantas exportadoras...

Mesmo assim, o vice-presidente da federação estadual de Agricultura (Faesc), Enori Barbieri, afirmou que a reabertura veio em um momento "muito crítico" do setor. Há 50 mil toneladas de carnes em estoques devido à queda de demanda provocada pela crise mundial. "Agora vamos dividir o bolo da Rússia com os outros Estados. Mas isso não resolve a crise da suinocultura aqui. Isso só vai ser solucionado com mais mercado, como Japão e África do Sul", disse. A retomada, avaliou, resulta do "uso da força diplomática pelo governo brasileiro", que esteve na Rússia em negociações diversas vezes.

Para o presidente da associação da indústria exportadora (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a decisão russa corrige uma injustiça com Santa Catarina. "Antes tarde do que nunca. Não muda o volume total a ser exportado, mas corrige a injustiça". Ele recebeu, anteontem, carta do Ministério da Agricultura informando a reabertura, condicionada às auditorias.

A suspensão dos embarques para a Rússia começou a ceder no fim de 2007, quando restabeleceu autorização a diversos Estados para exportar. Santa Catarina estava nesta lista, mas os russos não habilitaram nenhum frigorífico. Nas últimas tentativas de retomar os embarques, no início deste ano, o Estado chegou a pedir ao governo federal para negociar uma troca de carne suína por trigo russo.

A indústria prevê que a exportação para a Rússia neste ano varie de 50 mil a 150 mil toneladas. Nos tempos áureos, o volume atingia 250 mil toneladas - mais da metade dos embarques do Estado. Os números são menos otimistas devido à crise, que afetou a oferta de crédito também para os russos. O presidente da associação estadual de criadores (ACCS), Wolmir de Souza, espera uma reação dos preços ao produtor. Hoje, os produtores recebem R$ 1,60 pelo quilo do suíno vivo. "Espero que, em abril, os preços já cubram os custos de produção, que chegam a R$ 2,20", disse.



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