31 de mar. de 2009

Artesãos pernambucanos comemoram conquista do Top 100

Com o prêmio, eles vivem a expectativa de aumentar o número de clientes e conquistar o mercado externo

Peças produzidas por artesãos do Cabo de Santo Agostinho: crescimento no mercado nacional e expectativa por exportação anima trabalhadores

Rio de Janeiro - A argila é a matéria-prima dos artesãos do município do Cabo de Santo Agostinho, litoral sul de Pernambuco, distante 41 km da capital Recife. Com o projeto ‘Imaginário Pernambucano’, parceria do Sebrae com a Universidade Federal de Pernambuco, iniciado em 2003, eles deram um salto de qualidade e diversificaram a produção. Como resultado deste processo, a Associação dos Ceramistas e Artesãos do Cabo de Santo Agostinho foi escolhida como uma das 100 unidades mais produtivas do País vencedoras do Top 100 de Artesanato, do Sebrae Nacional...

"Esta distinção foi recebida com muito orgulho por todos", afirma a presidente da associação, Lucylane do Nascimento Lima dos Santos. Ela explica ainda que o reconhecimento veio em boa hora, porque muitos problemas sérios devem ser resolvidos rapidamente e a visibilidade conferida pelo prêmio vai aumentar o lucro da associação.

“A gente tem fé que vai ganhar mais clientes e, vendendo mais, podemos ter capital de giro. Temos também dificuldade com o transporte. Hoje, as peças são enviadas em caixas de madeira e protegidas com jornal ou plástico, mas é tudo improvisado. Mais de 20% delas chegam quebradas e temos que devolver o dinheiro", exemplifica, acrescentando que novas embalagens já estão sendo desenvolvidas pelas entidades parceiras.

Outra fonte de preocupação dos artesãos também está prestes a ser resolvida. A lenha utilizada para alimentar os fornos deve ser substituída pelo gás. Muitos problemas devem acabar com essa mudança como a poluição do ar e a destruição da Mata Atlântica da região. A qualidade das peças também vai aumentar, já que a baixa temperatura dos fornos a lenha não permite uma queima homogênea e não favorece a vitrificação, técnica que permite, por exemplo, maior higiene na utilização das peças de barro como recipientes para colocar alimentos.

“Os fornos a gás já foram construídos e só estamos esperando a instalação dos bicos. Com isso, vamos começar a desenvolver uma linha de panelas vitrificadas e todos esperam ganhar ainda mais", comemora Lucylane.

Ainda assim, ela ressalta a importância das conquistas já consolidadas. Os artesãos, que antes sobreviviam basicamente da venda de filtros de barro, se profissionalizaram. No Sebrae, eles fizeram diferentes cursos como design e formação de preços e com as novas informações, aumentaram a margem de lucro e desenvolveram novas peças. O catálogo inclui mais de 50 artigos e os objetos de decoração são comercializados em vários estados.

“Recebemos entre R$ 8 mil e R$ 10 mil por mês e tudo é dividido entre os 60 artesãos da associação. Mas antes, quando a gente trabalhava sozinho, sem parceiros, a venda não chegava a R$ 4 mil e cada um fazia a peça sem saber quanto investia e nem por quanto deveria vender. Melhoramos muito, mas agora queremos mais clientes e também sonhamos em exportar”, diz ela animada com a perspectiva das rodadas de negócios promovidas pelo Top 100.

Serviço:
Agência Sebrae de Notícias - (61) 3348-7138
Associação dos Ceramistas e Artesãos do Cabo de Santo Agostinho - (81) 3524 4117


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