31 de mar. de 2009

IMPORTAÇÃO DE TRIGO SERÁ INTENSIFICADA

Direto da ABIMA

A queda de quase 50% da produção de trigo na Argentina em função da forte seca que atingiu as lavouras do país vizinho fará o Brasil recorrer a países fora do Mercosul para evitar desabastecimento interno. Por causa desse cenário, o setor acredita que as importações deverão ser da ordem de 2 milhões de toneladas neste ano, afirmou o vice-presidente da Associação dos Triticultores de Minas Gerais (Atriemg), Eduardo Elias Abrahim...

De acordo com Abrahim, o maior volume da importação, cerda de 1,5 milhão de toneladas deverá vir do Uruguai, Estados Unidos e Canadá. Com relação ao restante, a estimativa é que seja importado da Rússia. Porém, este trigo é considerado de menor qualidade e tem que ser moído próximo aos portos por questões sanitárias, explicou. “Acredito que o trigo russo deverá ser mais utilizado para a produção de biscoitos, uma vez que a qualidade não é das melhores”, salientou.

A Argentina, principal fornecedora de trigo para o país, registrou uma produção em torno de 8 milhões de toneladas nesta safra ante as 16 milhões de toneladas do ano anterior. Enquanto isso, o consumo interno naquele país chega a 7 milhões de toneladas, afirmou o dirigente. “O Brasil tem potencial para ser um grande produtor de trigo mas os interesses são conflitantes uma vez que é mais em conta importar o produto. Porém, quando a produção argentina tem problema, o cenário fica mais difícil”, advertiu.

Segundo Abrahim, até o final deste mês, o reflexo desta situação deverá impactar os preços. Enquanto há cerda de dez dias a tonelada estava sendo comercializada a R$ 610, hoje esse valor está em torno de R$ 580, comparou. “O impacto neste momento está ocorrendo pela oferta do Paraná que está jogando o grão no mercado para liberar espaço nos armazéns para a safra de milho e soja que estão chegando”, salientou.

Para o presidente da Comissão Técnica de cereais da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerias (Faemg), Ma Tien Min, a política agrícola do país não ajuda o triticultor a tornar a atividade nacional independente da produção de outros países, criticou. “Geralmente, quando o preço está mais baixo, não existem incentivos para manter a cultura no pais”, alertou.

Vulnerabilidade – Mas em momentos como este quando não tem produto na Argentina para suprir a demanda interna, o setor fica mais vulnerável, destacou. “temos que ter um posicionamento para saber se queremos mesmo ser independentes. Hoje existem apenas operações tapa-buracos e faltam governantes com visão mais clara”, observou.

Segundo ele, enquanto a cultura praticada no Sul do país depende de clima, existem opções de trigo irrigado que supriria boa parte da demanda brasileira. “O setor luta para criar um pólo de trigo no Brasil central, mas não é necessário apenas verbas para investimentos, como também garantias de renda para o produtor rural responder imediatamente. Assim, teremos condições de tornar o Brasil bem menos dependente”, avaliou.



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