16 de mar. de 2009

Queda no comércio global será "terrível", diz OMC

da Folha Online

Hoje na Folha A contração que o comércio mundial sofrerá neste ano, a primeira desde 1982, será "terrível", disse o diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, em entrevista a Marcelo Ninio, em Genebra (Suíça), publicada na edição da Folha desta segunda-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). Para Lamy, o recuo no comércio mundial pode chegar a 7%.

previsão ainda pior do que as feitas pelos organismos internacionais. Além da queda na demanda, o protecionismo e a falta de financiamento ameaçam o comércio. Lamy continua alertando os membros da OMC para resistir à tentação de fechar seus mercados. 'É um tiro no pé.'

"Os números do comércio vão virar. Agora que a economia mundial terá crescimento zero ou negativo, o comércio terá contração de 6% ou 7%", disse Lamy.

Ele destacou ainda que cláusulas como o "Buy American" ("compre produtos americanos", em tradução livre, medida que privilegia a compra de produtos nacionais), do pacote de US$ 787 bilhões de estímulo à economia dos EUA (aprovado no mês passado), são, de certa forma, algo "inevitável", mas que o "protecionismo de alta intensidade, como o dos anos 30, está descartado". A "má notícia" é que "o protecionismo de baixa intensidade", como "formas ocultas e sutis de protecionismo, como as barreiras não-tarifárias, licenças", pode ter um grande impacto. "Nossas economias estão 20 vezes mais interdependentes do que nos anos 30."

Questionado sobre se a queda no PIB do Brasil pode induzir ao protecionismo, Lamy disse que "haverá pressões". "A questão é se você resiste às pressões em nome do bem coletivo, que é manter o comércio aberto durante essa crise."


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