16 de mar. de 2009

Estudo mostra que o Brasil precisa investir em gestão tecnológica

Um tecido que mede temperatura do corpo, uma peça de roupa que alivia as câimbras, ou então, a possibilidade de experimentar uma roupa nova sem sair de casa. Segundo Flávio Silveira Bruno, coordenador do Instituto de Prospecção Tecnológica e Mercadológica do Senai/Cetiqt, do Rio de Janeiro, longe de previsões infundadas, esses produtos e serviços poderão fazer parte do setor têxtil e do vestuário mundial e brasileiro num futuro muito próximo. Silveira Bruno apresentou um estudo prospectivo do setor do vestuário brasileiro, durante a palestra “Rotas Estratégicas para a Cadeia de Valor do Setor Têxtil e de Confecção”, nesta sexta-feira (13), em Curitiba. O encontro foi promovido pelo Conselho Setorial da Indústria do Vestuário da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Coordenado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o estudo mostra também as perspectivas e tendências de futuro, rotas tecnológicas e planejamento estratégico do setor. “O projeto olhou para o setor têxtil e de confecção como uma grande cadeia, até o varejo”, afirmou o especialista. Para construir a visão de futuro, o estudo analisou o posicionamento do Brasil frente ao panorama mundial. “Verificamos que o setor têxtil não está acabando em outros países, ele está mudando. Alguns países até enfatizam o têxtil pelas políticas de desenvolvimento”, explicou Silveira Bruno. No Brasil, segundo ele, o setor passa por um momento de transição e necessita buscar novos modelos para se adequar à economia global. Uma das deficiências é a baixa quantidade de informação para a gestão de tecnologia. “O conhecimento é captado de maneira informal.” Outra constatação é que o setor têxtil e de confecção brasileiro precisa valorizar a identidade nacional. “Isso se dará através da integração das competências para inovar em todos os elos”, afirmou. Entre as necessidades levantadas estão: ampliar as ações socioambientais, aumentar as estratégias de competição interna, integrar a área produtiva com a de design, melhorar as rodovias que abrangem as rotas estratégicas e ampliar a formação de competências. Visão de futuro - Com base nesses dados e necessidades foi definida uma visão de futuro da cadeia têxtil e de confecção, com propostas como a utilização ética e sustentável da diversidade de recursos naturais e de competências humanas, valorização da criatividade e da identidade brasileira, e integração das tecnologias da informação para que o consumidor faça parte da rede. Para o especialista, as novas tecnologias aplicadas tanto nos tecidos, nas fibras e peças, como nos serviços, aumentarão a percepção de valor pelo consumidor. “As lojas passam a ser só ambientes de experiências”, afirmou. Ele destacou ainda que o mercado para este segmento terá seu futuro puxado pelo consumo e empurrado pela tecnologia. “Será uma indústria com novos perfis profissionais”, disse. Essa visão de futuro aponta um setor com grande capacidade inovativa e de desenvolvimento. “Com as novas fibras, os novos profissionais e novas estratégias a cadeia, em todos os seus elos, deixará de ser de intensiva mão-de-obra para ser uma indústria têxtil de grande tecnologia de ponta”, concluiu.

Fonte: Fiep



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