20 de mar. de 2009

A modernização competitiva do comércio exterior no contexto da abertura econômica e inserção internacional: como evitar a vulnerabilidade externa e ef

O 28º ENAEX - Encontro Nacional de Comércio Exterior desenvolveu-se no contexto da crise no sistema financeiro dos Estados Unidos, que, em curto espaço de tempo, mostrou a forte e crescente inter-relação da economia mundial, ao propagar-se com rapidez para outros países, inclusive o Brasil.

O Encontro teve como tema os efeitos que poderiam advir do fato de as crises nas economias mais desenvolvidas não serem mais” nacionais”, mas “compartilhadas” mundialmente, levando a que todos os países venham a pagar um preço pelos eventuais equívocos cometidos nas economias líderes, em especial os países emergentes, por terem que realizar maior esforço para conciliar a necessidade de sustentar crescimento econômico e manter os compromissos de abertura da economia com inserção internacional, ao tempo em que são obrigados a adotar alguma blindagem para atenuar os efeitos da crise importada.

O êxito observado na economia brasileira nos últimos anos — expressivos resultados das exportações; inversão da tendência histórica de déficits em transações correntes, a partir de 2003, graças aos superávits comerciais capazes de compensar os déficits da conta de serviços e rendas; elevação dos investimentos externos e acúmulo de reservas internacionais — levou à crença do “acerto” das medidas e ações de política adotadas, o que, para muitos, blindaria a economia.

Não se poderia esquecer, porém, que a alavancagem das vendas externas, em grande parte, deveu-se à forte demanda externa liderada pela China e a elevação dos preços internacionais de alimentos e matérias-primas, que alcançaram cotações muito acima da média histórica das últimas décadas.

Os receios de inversão do quadro favorável do setor externo brasileiro foram expressos pela AEB em inúmeros momentos ao longo do ano de 2008.

Como efeito da crise mundial que se tornava presente na economia brasileira, apontava-se a reversão de tendência da conta transações correntes, que passaria a deficitária no ano, diante de menor superávit comercial. O possível retorno ao saldo negativo era esperado, diante da expansão das importações a taxas muito superiores às das exportações nacionais, levando à redução do superávit comercial, e dos crescentes déficits na conta de serviços e rendas.


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