19 de mar. de 2009

Exportações de calçados do Ceará caem 21,91%

Faturamento totalizou US$ 13,1 milhões, com queda de 7,66%

O volume de calçados exportados pelo Ceará no primeiro bimestre de 2009 foi de 13,1 milhões de pares, uma redução de 21,91% na comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento também caiu 7,66%, totalizando US$ 13,1 milhões. Apesar da queda, o Ceará ainda é líder em volume de calçados exportados. O Rio Grande do Sul encabeça o nível de faturamento com US$ 160,7 milhões.

Nacionalmente, os calçadistas comercializaram US$ 280,1 milhões, uma queda de 24%. A quantidade de pares embarcados decresceu 26%, ficando em 28,8 milhões de pares contra os 39 milhões exportados de janeiro a fevereiro de 2008. Os dados foram divulgados ontem pela Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).

Além do Ceará, Rio Grande do Sul e São Paulo também apresentaram queda. A maior retração foi do estado sulista (-39,36%), que embarcou 7,7 milhões de pares no primeiro bimestre deste ano. O faturamento foi de US$ 160,7 milhões, valor 29,55% menor que em 2008. Nos meses de janeiro e fevereiro do ano passado, o total arrecadado chegou a US$ 228,1 milhões. O estado foi responsável por 57,37% do total faturado pelo Brasil.

São Paulo, por sua vez, exportou 1,2 milhões de pares, 38,97% a menos comparativamente ao primeiro bimestre do ano passado, obtendo divisas de US$ 19,4 milhões, volume 40,36% inferior.

A pesquisa revelou ainda que o preço médio do calçado foi o único item que apresentou desempenho positivo, fechando com 2,8% de aumento. O par do calçado brasileiro foi vendido a US$ 9,71. Outro dado preocupante é que a perda de empregos no setor foi de 42 mil postos de trabalho somente no último trimestre de 2008.

As importações, por outro lado, mantiveram uma trajetória de crescimento. A entrada de calçados do exterior, em especial oriundos da Ásia, aumentou 49%. O montante das importações no bimestre somou US$ 40,8 milhões, o dobro em relação a janeiro e fevereiro de 2008, quando o pagamento havia sido de US$ 27,4 milhões. “Estamos muito preocupados com esta situação. O Brasil, além de perder mercado internacional, está sendo continuamente invadido pelos estoques excedentes dos chineses”, avalia o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso.

» Destinos. Os Estados Unidos mantêm a liderança como país-destino dos produtos brasileiros, apesar de importarem 32,8% menos no volume, com um total de 8,6 milhões de pares e pagarem US$ 72,2 milhões. O preço médio ficou em US$8,38 e o faturamento foi reduzido em 29,3%. A Itália agora está na segunda posição do ranking, com um recuo de 1,4% no volume e fechou o período com 1,9 milhões de pares pelos quais pagou US$ 32 milhões.

» Análise no Ceará. “Todas as exportações do Ceará, com exceção de frutas, caíram. Isso significa que a crise chegou ao estado do Ceará”, lamentou o superintendente do CIN (Centro Internacional de Negócios) da FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará), Eduardo Bezerra. Ele explicou que, apesar de a retração nas vendas e no faturamento ser preocupante, o Brasil tem condições de absorver parte dos calçados que não foram exportados. Bezerra acrescentou que não há dados que indiquem precisamente quanto desse volume foi vendido no mercado interno.



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Como exportar e importar na crise

Com o comércio internacional contraído, diante da crise mundial, é importante as empresas terem uma visão global sobre todos os aspectos burocráticos envolvendo importações e exportações, como condições pactuadas, regulamentação e modalidades de entrega e pagamento.

Para tanto, o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, em parceria com a Confederação Nacional das Indústrias e a Aduaneiras, realiza nesta quinta-feira, (19/03), das 9h às 18h, no SENAI Cimatec, o curso Contratos Internacionais de Compra e Venda. Mais informações: (71) 3343-1327




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Projeto Peiex incentiva cultura exportadora

Executado pelo Instituto Euvaldo Lodi na Bahia, o projeto vai capacitar profissionais envolvidos em sua execução, a partir desta segunda-feira (16)


No período de 16 a 20 de março, o Instituto Euvaldo Lodi vai realizar o Treinamento Operacional na Metodologia Peiex (Projeto Extensão Industrial Exportadora), em Salvador, para capacitar monitores, técnicos e estagiários envolvidos na execução do projeto. O Peiex é um sistema de resolução de problemas técnico-gerenciais e tecnológicos que visa incrementar a competitividade e promover a cultura exportadora empresarial e estrutural em Arranjos Produtivos Locais (APLs) selecionados.

A coordenação-geral do Peiex é exercida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e APEX Brasil. Na Bahia, o projeto é executado pelo IEL e sua estrutura está apoiada em quatro núcleos operacionais localizados em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Ilhéus.



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Açaí - Possibilidades comerciais e industriais

O gênero Euterpe, congrega cerca de 28 espécies, distribuídas das Antilhas e América Central até as regiões florestais amazônicas do Peru.

Para nós, brasileiros, três são as espécies mais importantes desse gênero: a oleracea Mart, que ocorre, principalmente, em toda a extensão do estuário amazônico, do Maranhão ao Amapá e no Pará, acompanhando o vale do Baixo-Amazonas, estabelecendo-se às Guianas, Venezuela e Trinidad; a precatória Mart, nas regiões central e ocidental da Amazônia, indo até os contrafortes dos Andes, e a edulis Mart, antes abundante nas florestas Atlântica e do centro-sul do país, hoje seriamente ameaçada pelo desordenamento verificado na exploração de seu palmito.

Na Amazônia, determinadas zonas já estão caracterizadas pela produção em larga escala de "vinho" e palmito de açaí, visando ao abastecimento dos mercados e indústrias da região e mesmo do país. É uma das poucas palmeiras que apresenta abundante perfilhação, formando o que vulgarmente chama-se "touceira".

Em virtude dessa brotação, aliada a alta rusticidade e reduzidas necessidades de cuidados operacionais, torna-se planta de importância capital para o desenvolvimento de uma fruticultura arbórea, fornecedora de frutos para a alimentação e matéria-prima para a indústria de palmito e papel, visando ao mesmo tempo o aproveitamento permanente das áreas de várzea e igapó.

Apresenta-se como espécie de elevada importância exploratória, motivada por sua constante brotação, aliada às altas possibilidades de um integral aproveitamento de suas partes, dentre as quais se destacam:

O fruto: pelo despolpamento obtém-se o tradicional "vinho do açaí", bebida de grande aceitação e bastante difundida entre as camadas populares, considerado um dos alimentos básicos da região;

O caroço: (endocarpo e amêndoa), após decomposição é largamente empregado como matéria orgânica, sendo considerado ótimo adubo para o cultivo de hortaliças e plantas ornamentais, sendo empregado também na confecção de artesanatos.

O gomo terminal: de onde é extraído o palmito para alimentação humana e ração animal.

Na sinonímia popular é também conhecido popularmente pelos nomes: açaizeiro, açaí-do-pará, juçara, pinot, açaí-do-baixo amazonas e pina palm. Apresenta características marcantes que o diferencia das demais palmeiras existentes na região.

As raízes do açaizeiro são fasciculadas, em forma de cabeleira, com um diâmetro de 1,0cm, emergindo do estirpe a uma altura de 30 a 40cm do solo.

O tronco ou estirpe, em estado nativo, é cilíndrico, anelado e duro, com altura média de 14 metros, sem ramificações e com diâmetro de 10 a 15cm. Outra parte da palmeira bastante característica é o capitel, formado pelo conjunto médio de 10 folhas.

Em estado adulto as folhas alcançam até 2 metros de comprimento, seccionadas em 70 a 80 pares de pinas, sem pilosidade, lisas e de coloração verde clara.

Abaixo das bainhas das folhas estão as espadas ou espatas, que são formações de consistência coriácea que envolvem as flores antes do seu desabrochamento. Após a maturação rompe-se a espata, que se desprende e cai, deixando as flores masculinas e femininas, em número aproximado de 37.000 e 8.000 respectivamente, no cacho aberto em forma de vassoura.

Após a fecundação, as flores femininas transformam-se em frutos, que continuam no cacho até a maturação total. Quando imaturos, os frutos apresentam coloração esverdeada e, a medida que vão amadurecendo, mudam paulatinamente a coloração, até que na plenitude da maturidade apresentem uma coloração violácea, quase negra.

O Pará é o principal estado produtor, seguido do Amapá, e, em ambos, as maiores extensões de açaizais estão localizadas na região estuarina do rio Amazonas, com destaque para as ilhas e baixos curso dos rios daquela região. A planta é espontânea e abundantíssima na parte oriental da Amazônia, do litoral, do litoral Atlântico até Óbidos, ao Norte, e até os arredores de Parintins, ao sul do grande rio. Na Pré-Amazônia, o maior produtor é o Maranhão, onde é mais conhecida por juçara. É vegetação predominante ao longo dos igarapés, terrenos de baixada e áreas cuja umidade é permanente. O açaizeiro pode ser encontrado, algumas vezes, em formações quase puras, ocupando, ao lado do Buriti (Mauritia flexuosa), o primeiro lugar na fisionomia da paisagem.

Em 1992, último ano com dados disponíveis sobre produção para a Região, o Pará era responsável por 94% da produção nacional de frutos de açaí, seguido pelo Maranhão (3,05%), Amapá (2,26%), Acre (0,29) e Rondônia (0,07%). E importante considerar que grande parte da produção amapaense é computada como sendo do Pará. Em níveis regional e nacional, a produção do Amazonas é pouco significativa, de modo particular a extrativista, onde predomina a Euterpe precatoria, com destaque para a região do município de Manaquiri. No entanto, há que considerar-se que aquele estado não tem entrado nos levantamentos estatísticos oficiais realizados sobre o açaí. Há diferenças a considerar entre as espécies oleracea e a precatoria, como o tipo biológico (a primeira é multicaule; a Segunda, não), a época da safra, densidade e produtividade por indivíduo e por área, apesar de os produtos comercializados, frutos e palmito, serem muito parecidos e receberem a mesma denominação. Dados comparativos das duas espécies denotam um potencial de produção muito superior para a espécie oleracea. Isso, no entanto, não deve ser causa de menor interesse econômico pela precatoria, que se presta bem ao cultivo em terra-firme.

No grande estuário encontram-se concentrações médias de 200 touceiras por hectare. Uma touceira possui em torno de 20 palmeiras, das quais pelo menos 3 em produção, largando cada uma de 6 a 8 cachos anualmente (em duas safras), com 2,5 kg cada, o que representa de 15 a 20 quilos de frutos por palmeira, num total aproximado de 12 toneladas de frutos/ha/ano. A produtividade da espécie, para palmito, não é menos generosa. Considerando-se o descarte médio de uma palmeira/touceira/ano, que num sistema de manejo seria aquela que já apresentaria baixa produtividade para frutos, um hectare pode produzir 200 quilos de palmito/ano, num sistema integrado de manejo para exploração do fruto e do palmito.

2 - Possibilidades comerciais e industriais

O açaizeiro é uma espécie de grande importância sócio-econômica para a Amazônia, devido ao seu enorme potencial de aproveitamento integral de matéria-prima. Atualmente o principal produto é o "vinho" extraído de sua polpa. As semente são utilizadas para artesanato e adubo orgânico. A planta fornece ainda um ótimo palmito e suas folhas são muito utilizadas para cobertura de casas na região amazônica. A primeira, e das mais rentáveis possibilidades comerciais do açaí, no entanto, é a produção e comercialização de seu fruto "in natura". Através do cultivo, ou do manejo adequado de açaizais nativos, a produção de frutos para o mercado local é uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade econômica.

O abate das palmeiras para extração do palmito, como é feito nos moldes atuais, acarreta um grande desperdício do estirpe do açaizeiro que, não sendo ainda aproveitado é simplesmente abandonado nas áreas de ocorrência, perdendo-se grande quantidade de material que poderia ser utilizado na indústria de papel, dada a expressividade de seu volume e conhecimento tecnológico já existente sobre a potencialidade da espécie como matéria-prima na fabricação de vários tipos de papel.

A finalidade tradicional atribuída ao açaizeiro, unicamente como fonte para extração do "vinho" de açaí, está hoje superada, em face do interesse despertado pelos recentes estudos que demonstraram excelentes oportunidades para o seu aproveitamento integral nas indústrias alimentícias, de celulose e papel.

Pela concentração significativa de palmeiras existentes na região e pela relativa facilidade de extração, a espécie permite à indústria instalada na área, um abastecimento seguro e fácil, a um custo relativamente baixo de matéria-prima e de transporte. Ao mesmo tempo, possibilita o aproveitamento permanente das áreas de várzea e igapó, exploradas anualmente com o cultivo do arroz e cana-de-açúcar, evitando-se, desta maneira, seu abandono e transformação em capoeira desprovida de espécies valorizadas, fato bastante comum em nossa agricultura itinerante.

O açaizeiro demonstra ser uma das espécies vegetais com grande potencial de aproveitamento por pequenos produtores seringueiros e populações ribeirinhas, desde que explorado de modo sustentado.

O fruto e "vinho" de açaí possuem um mercado regional muito forte, por ser um dos principais alimentos na região, cujo consumo, só na cidade de Belém, é estimado em 180 mil litros/dia.

Um dos grandes problemas do comércio do açaí é a característica altamente perecível do "vinho", não resistindo mais de 72 horas, mesmo sob refrigeração. Para contornar esse problema, o Centro de Pesquisa Agropecuária da EMBRAPA, em Belém, desenvolveu uma tecnologia para a obtenção do açaí desidratado.

Outro método que está sendo utilizado pelas indústrias de sorvetes da região, é submeter o suco "concentrado" à temperatura de 40ºC preservando grande parte de suas propriedades.

Com a difusão desta tecnologia nas cooperativas e indústrias, a atividade extrativa poderá beneficiar-se da expansão da demanda em todo o país, intensificando as técnicas de manejo do açaizal e ampliando os lucros oriundos de sua exploração.
A demanda pelo açaí fora da região também está em alta, apresentando o produto muito boas possibilidades de mercado, de modo particular no Rio de Janeiro e em São Paulo.

No Rio, seu "vinho" já é servido nas praias, diretamente ao consumidor, onde a demanda por esse produto, até há pouco considerado exótico, é crescente e começa a ganhar popularidade entre os cariocas e turistas.





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Economia - Alagoas

Agricultura e Pecuária: O processo de evolução econômica do Estado toma por base o setor primário e suas principais culturas: cana-de-açúcar, coco, mandioca, feijão, fumo, milho, algodão, frutas tropicais. Na pecuária predominam os planteis bovino e ovino por ordem de importância. A produção de leite e a piscicultura completam o quadro do setor. A cana-de-açúcar é a cultura mais importante, colocando o Estado na condição de terceiro maior produtor e exportador de açúcar do país.

Minerais: Rico em recursos minerais, possui uma das maiores e mais puras reservas de gás natural do País com um volume aproximado de 15 bilhões de m3. Dispõe também de importantes reservas de calcário cristalino, dolomito, amianto, salgema, argila, cobre, ferro, água mineral.

Indústria: Os engenhos de açúcar, a indústria têxtil e agro-indústria açucareira/alcooleira, deram início ao processo de industrialização do Estado de Alagoas, por volta de 1850. O predomínio dos segmentos têxtil e açucareiro/alcooleiro estendeu-se até o final da década de 60, quando teve início um processo de diversificação industrial. A partir dos anos 70, registrou-se a fase dos grandes projetos e o crescimento significativo da industrialização. Nesta fase a interiorização industrial foi bastante incentivada. A década de 80 caracteriza-se como um período de estagnação e até de declínio do setor. A fase mais crítica marca o imício dos anos 90. A segunda metade desta década, mostra a recuperação gradual do setor e a intensificação dos incentivos governamentais. A crise mais acentuada teve lugar no período 1996/99. A partir do ano 2000, observa-se a retomada para o crescimento e a estabilização do setor. O setor industrial exerce fundamental efeito multiplicador sobre diversas atividades econômico-sociais, principalmente no comércio e serviços. Integradosao setor primário pela importante participação da agroindústria como um todo, contribui com cerca de 30% para a formação do PIB do estado de Alagoas.
Dados do Cadastro Industrial de Alagoas - FIEA - edição 2002, mostram um total de 2.524 empresas cadastradas, distribuídas na capital e nos diversos municípios alagoanos, que empregam 73.559 trabalhadores de forma direta. Do total destas empresas, 38% estão localizadas em Maceió, oferecendo 14.402 empregos e, do restante, 30,2% estão concentradas nos municípios de Arapiraca, Rio Largo, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Penedo, Marechal Deodoro, São Miguel dos Campos, Santa do Ipanema, União dos Palmares, Matriz do Camaragibe, Porto Calvo e Coruripe, empregando 35.873 pessoas. Predomina no setor o segmento da micro e pequena empresa, com contingente de até 20 empregados. No quadro geral, cerca de 200 unidades industriais empregam mais de 20 trabalhadores. As regiões da Grande Maceió, do Litoral sul, do Agreste e da Mata alagoana, absorvem os maiores e mais importantes empreendimentos do setor industrial. A base atual da indústria alagoana tem como principais gêneros: açúcar e álcool, produtos alimentares em geral( inclusive panificação), beneficiamento do leite e derivados, química e derivados, cimento, termoplásticos, fertilizantes e construçãp civil.

Comércio Exterior: As exportações alagoanas tendo como principal produto o açúcar e em menor escala o álcool, dicloretano, PVC, fumo não manufaturado, lagosta e camarões congelados, são direcionadas para os Estados Unidos, Europa, Países Asiáticos e Mercosul. As exportações atingiram em 2001 US$ 304,4 milhões FOB.O saldo da balança comercial no mesmo ano foi de US$ 241,1 milhões. Os produtos industrializados predominam no total das exportações.



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Rio Branco é o Norte para a Copa do Mundo

Até o final de fevereiro, a Fifa anunciará as 12 cidades brasileiras escolhidas para serem as sedes de jogos na Copa do Mundo de 2014. Municípios de quatro regiões do País estão na disputa, alguns deles com a nomeação assegurada, como São Paulo e Rio de Janeiro. Resta às demais capitais estaduais competirem entre si para ver quem levará este “caneco”.
Não sou adepto da prática do “achômetro”. Tampouco me arrisco a fazer previsões – a exemplo daqueles que acreditam que o Acre está fora de cogitação, sendo preterido em favor de outras opções na Região Norte do País. Ao contrário, atendo-me apenas aos fatos, posso afirmar com toda a segurança que Rio Branco é a melhor opção entre as candidatas locais para ocupar uma das vagas de cidade-sede do campeonato mundial de futebol.
A seu favor, a capital acreana tem melhores condições geográficas, e socioeconômicas, sobressaindo-se na comparação com as demais. A constatação – muito mais do que uma defesa apaixonada e sem bases consistentes – está nas propostas de melhorias a serem implementadas em Rio Branco, por meio de parcerias entre o setor privado e os governos estadual e municipal. Apresentadas em setembro de 2008 aos representantes da Fifa, as medidas causaram excelente impressão, sendo aplaudidas de pé.
Na verdade, a cidade está-se preparando para ter condições de competir com grande vantagem há muito tempo, desde o início de 2007. Contamos, desde já, com elevado grau de melhorias em infraestrutura, que deverão ser ainda mais incrementadas. Além da construção de uma vila olímpica para receber as delegações estrangeiras, de acordo com as exigências da Fifa, a rede hoteleira prevê a ampliação de sua capacidade. Os projetos incluem, ainda, o aperfeiçoamento das redes viárias, de ciclovias e meios de transporte, além de reforços adicionais nos mecanismos de segurança, setor que já apresenta índices muito positivos.
O grande palco do campeonato, o Estádio Arena da Floresta é, talvez, o melhor exemplo das qualificações que tem o Acre para sediar os jogos do mundial. Ao lado do Maracanã e do Morumbi, respectivamente, os estádios carioca e paulistano que receberão os jogos, o Arena ocupa um posto de destaque entre os cinco mais modernos do Brasil. Para se ter uma ideia, 100% dos lugares disponíveis para o público pagante são confortáveis cadeiras – uma iniciativa pioneira no País no sentido de abolir o concreto duro e desconfortável das arquibancadas, e também para atender aos critérios da federação mundial.
O estádio conta com catracas eletrônicas em todos os setores, elevadores e toda a estrutura necessária para o trabalho da imprensa e a recepção dos convidados de honra. Finalizadas as melhorias em curso, que contemplam os detalhes finais para enquadrá-lo totalmente aos padrões da Fifa, o Arena da Floresta terá capacidade para 40 mil torcedores. Ele integra a Cidade do Esporte, que prevê um ginásio para 10 mil pessoas, destinado à prática desportiva e realização de shows, feiras e convenções.
Cabe dizer ainda que, na época em que o Arena da Floresta passava pelas reformas de melhoria, o jornal Lance publicou ranking dos melhores estádios nacionais. O “Vivaldão”, em Manaus, ficou aquém dos critérios de avaliação do jornal, enquanto o paraense “Mangueirão” chegou ao 8º posto, com observações sobre a necessidade de “vários ajustes”.
Outro aspecto fundamental é a localização. Rio Branco está, praticamente, no coração da América Latina. Em um raio de mil quilômetros, que compreende países como Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e parte do Chile, existem 30 milhões de habitantes. Este público terá a oportunidade de promover um intenso intercâmbio cultural, além de aquecer a economia local, colaborando para o crescimento do PIB e atraindo novos investimentos. Também são imensos os diferenciais de Rio Branco no âmbito da sustentabilidade – e o Acre, vale lembrar, é o berço da luta pela causa ambientalista.
Esse aspecto está contemplado na apresentação feita ao comitê da Fifa. O desenvolvimento do projeto “Gol Verde” contemplou também a intenção para mostrar que o esporte está alinhado às questões ambientais. O projeto mostra a integração da modernidade de Rio Branco com a Floresta Amazônica, transformando-se em um modelo de desenvolvimento sustentável. O município, que tem cerca de 350 mil habitantes, possui uma sociedade singular, engajada na preservação de valores e costumes da florestania – os princípios de respeito ao meio ambiente.
Certamente, se a Fifa decidir-se por nossa Capital, esta característica tem tudo para amplificar o apelo internacional por medidas sólidas de preservação do planeta, agregando valor ao campeonato. Em síntese, Rio Branco e todo o Estado do Acre têm propostas consistentes e melhores condições de sediar os jogos da Copa de 2014. E se depender do entusiasmo e de nossa torcida, este gol já está marcado.
*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC).salomão@fieac.org.br




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Exportar é preciso. O mercado interno não é preciso.

Nunca uma frase parece ter carregado tanta verdade, como a que dá título a este texto. Principalmente, nestes momentos incertos. Trocadilhando o gigante Fernando Pessoa, com um certo viés shakespeariano, nos defrontamos, mais uma vez, com aquele eterno conflito do “exportar ou não exportar, eis a questão”. Parece mesmo, que a tal questão, assume contornos mais destacados, quando vivemos momentos de crise ou, quando nossas vendas no mercado local, começam a apresentar sensíveis reduções, e não conseguimos encontrar novas saídas internamente. Então, o jeito é exportar. O jeito é exportar? É deprimente, saber que tão importante questão, muitas vezes, é tratada exatamente desta forma: o jeito é exportar. Exportar não é jeito. Exportar é uma atividade muito séria e, por isso, não pode ser balizada pelo velho jargão do “jeitinho brasileiro”. O jeitinho pode funcionar aqui e, em algumas situações informais. Mas, quando atravessamos a fronteira e, nos deparamos com mercados altamente competitivos, repletos de vorazes concorrentes, que travam verdadeiras odisséias para manterem suas “fatias de mercado”, o jeitinho pode não dar muito jeito. Então, o negócio, é assumir uma postura séria e competente, do contrário, seremos sempre marinheiros de primeira e, de única viagem. Se a crise é uma doença, exportar não pode ser entendida como uma atividade “remédio” a qual, deixamos de lado, aos primeiros sinais de melhora. Mesmo porque, existem diversos tipos de medicamentos. Os de efeito rápido, aqueles amargos de engolir, aqueles de longa duração e aqueles que não produzem efeito algum, obrigando-nos a mudar o médico, com novos exames, novas receitas e novos tratamentos. Contudo, uma coisa é certa, todos eles produzem efeitos colaterais. Tais efeitos, passam, desde uma simples indisposição, até eventuais aumento ou diminuição da pressão arterial e, em alguns casos, certas crises mais agudas. Sendo assim, a atividade exportadora, deve ser assumida como uma sessão de ginástica, um processo constante que produzirá efeitos de revigoramento, de melhora geral em nosso sistema, do aumento de nossa massa muscular e, por isso mesmo, precisa ser praticada todos os dias, pois, quanto mais praticarmos, mais fortes ficaremos. Vale lembrar, que não se recomenda o uso de anabolizantes, já que seus efeitos a médio ou longo prazo, podem ser exatamente o contrário daquilo que buscamos e, o que poderia ser pior, comprometer a performance de “certas partes” de nosso corpo, entendido aqui como a empresa. Favor não desajuizar o sentido das palavras. Entretanto, mesmo aceitando o desafio de “colocar o corpo em forma” muitas empresas não sabem por onde começar. Quer dizer, se iniciam a atividade por uma série de abdominais, partem para uma corrida ou levantamento de peso. Ficam olhando os outros atletas já “sarados” e sonhando com o dia em que terão o mesmo corpo. Posso garantir, que uma das atividades mais inócuas, e sem resultado positivo algum, é sonhar. Acreditem, nem os “músculos do cérebro” ela consegue fortalecer. O que funciona mesmo é colocar a mão na massa e partir para a atividade. Mas, o problema continua, começar por onde? Antes de tentar apresentar, mais uma “receita do bolo”, julgo tremendamente importante, expor argumentos que possam solidificar a decisão pelo mercado externo. Afinal, de nada adianta listar um roteiro “passo a passo” se o foco da empresa não estiver sendo atingido. Por isso, vamos aos argumentos, sem querer “enfeitar muito o pavão” e aproveitando o que nos disponibiliza o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Por que exportar? “Diversificação de Mercados: a estratégia de destinar uma parcela de sua produção para o mercado interno e outra para o mercado externo permite que a empresa amplie sua base/carteira de clientes; Aumento da Produtividade: quando uma empresa começa a exportar, sua produção aumenta numérica e qualitativamente; Melhora da Qualidade do Produto: outra vantagem bastante perceptível é a melhoria da qualidade do produto; Diminuição da Carga Tributária: as empresas que exportam podem utilizar mecanismos que contribuem para uma diminuição dos tributos que normalmente são devidos nas operações no mercado interno; Melhoria da Empresa: geralmente, quando uma empresa passa a exportar ela obtém melhoras significativas.” Se os argumentos apresentados, encaixam-se nos objetivos de sua empresa, então, podemos dizer, que ela é uma potencial exportadora. Caso contrário, minha sugestão é que pense na possibilidade mais a longo prazo. Entretanto, duvido que alguma empresa não se coadune com estes argumentos. A não ser, é claro, aquelas que já estão suficientemente bem estabelecidas no mercado interno e não contemplem em seus projetos o comércio exterior. Uma vez que os argumentos apresentados, nos convenceram de que a atividade exportadora é salutar para o nosso empreendimento, está na hora de darmos o segundo passo: exportar o que? O ideal seria a linha completa, mas, às vezes, uma estratégia mais eficiente é realizar o “approach” ao mercado, com um portfólio “menos agressivo” dando-se destaque as “carros-chefes” e, apresentando os demais como seus complementos ou variações. Certa feita, trabalhei em uma empresa de artigos plásticos para banheiro e, o principal item, era, sem sombra de dúvidas, os assentos sanitários. A linha era composta desde os mais simples, aqueles que encontramos, por exemplo, em canteiros de obra, até os mais sofisticados, produzidos à base de resinas especiais, com desenhos e acabamentos únicos e que custavam bem mais caros. E, na verdade, é o que acontece na maioria das vezes. A empresa desenvolve alguns itens “master” e, a partir deles, criam variações. Isso acontece em todos os segmentos, um exemplo, que me vem à mente, são as calças “jeans”. Entramos em uma loja e temos à nossa disposição desde aquele “jeans” conhecido como básico, até os mais customizados, com detalhes em couro, metal, pedras, rasgados, cortados, lavados, com cara de sujo enfim, a criatividade aqui é ilimitada. Preste atenção nesta estratégia quando estiver comprando um produto. O que na verdade pretendo passar, é que se a empresa possui uma linha de produtos com mais de 100 itens, talvez, seja contraproducente tentar introduzi-los todos ao mesmo tempo no mercado. Por isso, a estratégia que envolverá o que exportar, deve estar focada, não naquilo que a empresa fabrica, mas, naquilo que é o seu “core business”, sua atividade fim. Percebam que existe uma grande diferença entre o que ela fabrica e o seu “core business”. Vou usar uma termo para tentar explicar em rápidas palavras esta diferença: “uma padaria fabrica pão, não dinheiro”. Por isso, quando estiver avaliando o seu “portfólio” de produtos e serviços, lembre-se sempre de colocar como orientador dos mesmos a bússola que indicará o seu “core business”. Muitos podem achar que definir a atividade fim da empresa é perda de tempo, mas, garanto, que no momento de pesquisar o mercado na busca por clientes, este balizador será extremamente importante, afinal, ele permitirá que você consiga separar o “joio do trigo”, ou seja, aqueles clientes que são verdadeiramente potenciais e merecem o investimento de tempo e dinheiro, daqueles que estão apenas atrás de um “bom negócio” hoje, outro amanhã e assim sucessivamente. Perceba a seguinte diferença. Um fabricante de tênis. Será que ele teria mais sucesso se ficasse limitado a acreditar que apenas fabrica tênis ou, que fornece equipamentos com alta tecnologia para o segmento esportivo? Existe uma grande diferença. Talvez seja o momento de se reposicionar internamente. Pense nisso, muito provavelmente, você encontrará novos nichos de mercado a serem explorados, mesmo localmente. Meu próximo texto tratará de como identificar um mercado.





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