19 de mar. de 2009

Exportações de calçados do Ceará caem 21,91%

Faturamento totalizou US$ 13,1 milhões, com queda de 7,66%

O volume de calçados exportados pelo Ceará no primeiro bimestre de 2009 foi de 13,1 milhões de pares, uma redução de 21,91% na comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento também caiu 7,66%, totalizando US$ 13,1 milhões. Apesar da queda, o Ceará ainda é líder em volume de calçados exportados. O Rio Grande do Sul encabeça o nível de faturamento com US$ 160,7 milhões.

Nacionalmente, os calçadistas comercializaram US$ 280,1 milhões, uma queda de 24%. A quantidade de pares embarcados decresceu 26%, ficando em 28,8 milhões de pares contra os 39 milhões exportados de janeiro a fevereiro de 2008. Os dados foram divulgados ontem pela Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).

Além do Ceará, Rio Grande do Sul e São Paulo também apresentaram queda. A maior retração foi do estado sulista (-39,36%), que embarcou 7,7 milhões de pares no primeiro bimestre deste ano. O faturamento foi de US$ 160,7 milhões, valor 29,55% menor que em 2008. Nos meses de janeiro e fevereiro do ano passado, o total arrecadado chegou a US$ 228,1 milhões. O estado foi responsável por 57,37% do total faturado pelo Brasil.

São Paulo, por sua vez, exportou 1,2 milhões de pares, 38,97% a menos comparativamente ao primeiro bimestre do ano passado, obtendo divisas de US$ 19,4 milhões, volume 40,36% inferior.

A pesquisa revelou ainda que o preço médio do calçado foi o único item que apresentou desempenho positivo, fechando com 2,8% de aumento. O par do calçado brasileiro foi vendido a US$ 9,71. Outro dado preocupante é que a perda de empregos no setor foi de 42 mil postos de trabalho somente no último trimestre de 2008.

As importações, por outro lado, mantiveram uma trajetória de crescimento. A entrada de calçados do exterior, em especial oriundos da Ásia, aumentou 49%. O montante das importações no bimestre somou US$ 40,8 milhões, o dobro em relação a janeiro e fevereiro de 2008, quando o pagamento havia sido de US$ 27,4 milhões. “Estamos muito preocupados com esta situação. O Brasil, além de perder mercado internacional, está sendo continuamente invadido pelos estoques excedentes dos chineses”, avalia o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso.

» Destinos. Os Estados Unidos mantêm a liderança como país-destino dos produtos brasileiros, apesar de importarem 32,8% menos no volume, com um total de 8,6 milhões de pares e pagarem US$ 72,2 milhões. O preço médio ficou em US$8,38 e o faturamento foi reduzido em 29,3%. A Itália agora está na segunda posição do ranking, com um recuo de 1,4% no volume e fechou o período com 1,9 milhões de pares pelos quais pagou US$ 32 milhões.

» Análise no Ceará. “Todas as exportações do Ceará, com exceção de frutas, caíram. Isso significa que a crise chegou ao estado do Ceará”, lamentou o superintendente do CIN (Centro Internacional de Negócios) da FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará), Eduardo Bezerra. Ele explicou que, apesar de a retração nas vendas e no faturamento ser preocupante, o Brasil tem condições de absorver parte dos calçados que não foram exportados. Bezerra acrescentou que não há dados que indiquem precisamente quanto desse volume foi vendido no mercado interno.


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