19 de mar. de 2009

Atividade nos portos cai com queda no comércio

19/03 - A crise global reduziu exportações e importações e atingiu em cheio a atividade nos portos brasileiros neste início de ano. O volume de cargas gerais - produtos de alto valor agregado, transportados em contêineres - teve queda de 25% no primeiro bimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Os embarques de minério de ferro e celulose diminuíram quase 30% e os de produtos siderúrgicos, 50%. Na importação, os volumes da nafta petroquímica caíram 50% e os de fertilizantes, mais de 80%.

A única boa notícia é que já há sinais de melhora em março, embora tímidos. Agentes marítimos registraram ligeiro aumento no número de navios que transportam minério de ferro para a China. Também melhorou o fluxo de embarcações na importação carregadas com fertilizantes nos portos do Sul do país.

A queda nos volumes de comércio no primeiro bimestre se refletiu nas empresas de navegação e derrubou os fretes e o aluguel de navios. O frete de uma carga de granel líquido na rota Santos-Caribe, que era de US$ 55 por tonelada em setembro, está hoje na faixa de US$ 45, queda de 19%. O minério de ferro na rota Brasil-China foi uma das cargas cujo frete mais caiu: de US$ 100 por tonelada antes da crise para US$ 21 por tonelada, 80% a menos. Para contêineres na rota Brasil-Angola, o frete era de US$ 3,6 mil por unidade em outubro e hoje está em US$ 2,9 mil. Ontem, a companhia alemã Hamburg Süd, que controla a brasileira Aliança, informou que vai reajustar os fretes nos serviços da Europa e América do Norte, em razão de as tarifas terem atingido "um nível que já não cobre os custos".

Com a queda do comércio global, muitos armadores ancoraram parte da frota e fizeram ajustes para cortar custos. Pelo menos mil navios de contêineres estariam parados no mundo por falta de demanda.

O Porto de Suape (PE) pode ser uma exceção: trabalha com expectativa de crescer pelo menos 10% na movimentação de cargas na comparação com 2008, porque novos carregamentos já estão fechados, como minério de ferro da Mhag, coque e trigo da Bunge, cujo moinho entra em operação em abril.

Valor Econômico


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