22 de abr. de 2009

Empresária carioca investe no turismo jovem

Rio de Janeiro - Há três anos, Mariana Santoro decidiu criar uma operadora de turismo depois de trabalhar na maior rede de albergues da América Latina. “Percebi que os hóspedes não sabiam bem o que fazer. Comecei a montar uma programação por conta própria e deu tão certo, que decidi abrir uma empresa”.

Na Inside Rio, em sociedade com Rafael Oliveira, Mariana adotou diferenciais para atender este público. Sabendo, por exemplo, que jovens gostam da noite, os passeios só começam a partir das 13 horas, com tempo para almoçar no albergue e economizar. Nas visitas às atrações tradicionais, como o Cristo Redentor, mais do que a história do monumento, os pontos fortes são a localização das praias mais famosas ou do Maracanã...

“Jovens gostam de leveza. Por isso, optamos por não sobrecarregá-los com datas e nomes. Damos as informações em meio a muitas brincadeiras, dentro de uma linguagem que eles conhecem”, reforça Mariana. Para reforçar este vínculo, outro diferencial da operadora é que todos os guias são estudantes. A idade é importante ainda para agüentar o pique dos clientes nas caminhadas pela floresta da Tijuca ou nos bailes do Salgueiro, que varam a madrugada com muito hip hop, funk e samba.

Mas até abrir a operadora, Mariana passou seis meses fazendo cursos de empreendedorismo voltado para jovens e "pensando em tudo que poderia dar errado”. Aprendeu coisas que nem imaginava ter que prestar atenção, como a situação econômica do País e o impacto da violência. “Comecei a me dar conta de como isso afeta o fluxo turístico e passei a acompanhar as notícias com atenção”, admite.

Outro ponto fundamental para esta jovem empresária de 26 anos foi aprender a fazer um planejamento consistente. Ela diz que na alta temporada é quando mais trabalha, porque atende muitos turistas. Fora da estação, é hora do plano B, que exige concentração total para administrar uma receita menor, com um rígido controle financeiro, observação diária da quantidade de atendimento e, principalmente, criação de novos produtos. “Eu não tinha a menor noção de como é importante planejar. Isso diminui 90% dos riscos do negócio”.

Animada com as perspectivas, Mariana aposta agora em uma nova fase. Ao invés de esperar pelo contato espontâneo dos clientes, contratou uma empresa de marketing para vender a operadora no exterior e também repaginou o site para dar mais funcionalidade.

Ela confessa que já perdeu muitas noites de sono com a responsabilidade de administrar a empresa. Fica atenta à concorrência e está sempre em busca de produtos novos. O maior choque, no entanto, foi se deparar com quem oferece produtos com qualidade inferior e preços altos. Também não se conforma com os sonegadores de impostos.

“Fico chateada, mas fiz a opção de ter um negócio sustentável. Tenho responsabilidade ambiental, social e econômica. Não acredito que o lucro seja incompatível com a ética. Mas, acho que empreendedores jovens, além de orientação profissional, deveriam ter direito também a acompanhamento psicológico para enfrentar a concorrência desleal”, brinca.




0 comments:

Postar um comentário

Resultado da pesquisa