5 de mar. de 2009

Carnaval é fonte para a atração de investimentos

Ação da Apex-Brasil aproveita carnaval para fomentar exportações brasileiras. Empresários de setores como café, equipamentos agrícolas e tecnologia participam de encontros de negócios e se impressionam com o desfile das escolas de samba na Sapucaí

O carnaval brasileiro se incorporou definitivamente às ações desenvolvidas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e entidades representativas da indústria na busca por novos negócios. A mais conhecida festa nacional foi palco para que executivos de 17 setores viessem conhecer o Brasil e participar de encontros de negócios em cinco estados.
O grupo composto por 105 empresários e formadores de opinião de 22 países deixou o Brasil neste final de semana depois de participar de reuniões, visitar pólos produtivos da indústria e assistir ao desfile das escolas de samba na Sapucaí, no Rio de Janeiro. O objetivo da iniciativa foi fortalecer e intensificar o relacionamento entre empresários brasileiros e compradores internacionais, incrementando o ambiente de negócios neste período de crise. Os encontros realizados nos dias que antecederam e sucederam o carnaval foram organizados em Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

A idéia de promover a cultura nacional, paralelamente a uma ação comercial, como já acontece nos eventos realizados fora do país, mostrou-se acertada. "Aproveitamos o momento para mostrar as várias faces do Brasil. O carnaval é a maior festa do mundo e pode se transformar definitivamente num fator gerador de contratos comerciais", explica Alessandro Teixeira, presidente da Apex-Brasil.

Áreas potenciais

Entre os convidados estavam produtores de vídeo publicitário e de cinema dos Emirados Árabes, Canadá, Índia, Alemanha, França, Estados Unidos e Reino Unido. "Nosso interesse é fazer parcerias comerciais, desenvolver programas conjuntos de televisão que possam ser veiculados aqui e lá fora", diz Eliana Russi, gerente do projeto Brazilian TV Producers, parceria entre a Apex-Brasil e a Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV). De acordo com ela, o que mais chamou a atenção dos visitantes canadenses, por exemplo, foi a infra-estrutura do mercado audiovisual e o talento dos profissionais brasileiros.

"Nossos produtores ganharam uma canal de comunicação com esses executivos e já podem ampliar os seus contatos internacionais", reforça Paulo Henrique Miranda, gerente da Film Brazil, parceria entre a Apex-Brasil e a Associação Brasileira de Produtoras de Audiovisual (Apro), que trouxe ao Brasil representantes de empresas dos Estados Unidos, Emirados Árabes, Inglaterra, Alemanha e Índia.

Executivos do mercado de software e serviços de tecnologia da informação dos Estados Unidos e da Índia se reuniram com brasileiros antes do carnaval. O diretor da Softex, Djalma Petti, destaca as vantagens competitivas do Brasil. "Sempre procuramos mostrar que a inovação está integrada ao nosso trabalho. Com o carnaval, mostramos como somos também criativos", diz Petti.
A Inno Vest Group, da Virgínia, e a Quimbik, de São Francisco, participaram de vários encontros de negócios com companhias brasileiras que desenvolvem soluções completas em tecnologia da informação e gostaram do que viram. Para David Dastvar, da Inno Vest Group, o Brasil é um tesouro escondido. "Não estamos procurando o serviço com o preço mais baixo, mas aquele que tenha a melhor solução tecnológica. E o Brasil nos surpreendeu com sua capacidade".

Kurt Neumann, chefe de finanças da Quimbick, acredita que o Brasil evoluiu bastante. "Os brasileiros são muito honestos em sua cultura, e isso os deixa transparentes tanto no trato pessoal como na hora de fechar negócios", declarou.

Agricultura

Já empresários do setor de café se reuniram com representantes de uma grande distribuidora do Chile para discutir a expansão das vendas do produto brasileiro para o vizinho sul-americano. De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Natan Herszkowicz, "a conseqüência do encontro será a aproximação dos dois lados e a seleção de algumas empresas nacionais como fornecedores. A expectativa é de que este ano os negócios cheguem a US$ 1 milhão para o Chile e, em 2010, tripliquem, beirando os US$ 3 milhões".

Colombianos e bolivianos visitaram o Rio Grande do Sul em busca de fornecedores de peças e máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras. A reunião, promovida pela Apex-Brasil e pelo Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (SIMERS) já rendeu frutos: um comprador boliviano adquiriu peças para colheitadeiras para revenda naquele país.

A ação da Apex-Brasil também levou compradores e formadores de opinião estrangeiros à Bahia. Organizada pelo Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia (Sindifibras), visitas a fazendas de sisal mostrou o grande potencial das fibras naturais como produto para a composição de peças da indústria automotiva, por exemplo, ou como alternativa a materiais plásticos, conforme demanda de compradores holandeses. Importadores da Finlândia mostraram maior interesse nas telas de sisal e tapetes.

Também vieram ao Brasil representantes dos setores têxtil, cosméticos, calçados, equipamentos eletroeletrônicos, carnes suína e bovina, panificação,

0 comments:

Postar um comentário

Resultado da pesquisa