5 de mar. de 2009

Não há protecionismo, diz indústria argentina

Folha de São Paulo

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

Industriais argentinos reagiram ontem à possibilidade de o Brasil recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) ou a cotas de exportação para se defender de medidas protecionistas no comércio bilateral.
Em nota, a UIA (União Industrial Argentina) afirmou que o Brasil faz "reclamações injustas", pois "traz nas costas uma história de mais de 30 anos de proteção da produção, junto com financiamento a taxas subsidiadas por parte de seu BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], inclusive para compra de empresas argentinas".
A Folha revelou ontem que, diante de barreiras comerciais recentes adotadas pela Argentina, o Brasil passou a estudar a retomada do uso de cotas de exportação em setores sensíveis como linha branca, têxteis e calçados. São espécies de cotas ao comércio fixadas por empresários dos setores, com anuência dos governos.
Na segunda-feira, o secretário de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Welber Barral, já havia feito menção a possíveis reclamações à OMC contra o país vizinho por entraves a importações brasileiras.
A nota da UIA, que representa setor responsável por 62% das exportações e 27% da arrecadação tributária do vizinho, diz que a queda nas importações argentinas de itens brasileiros (47,7% em fevereiro) é resultado da crise global, e não de "medidas protecionistas não contempladas pela OMC".

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