18 de mar. de 2009

Sebrae

Acessar as linhas de crédito disponíveis no mercado e oferecer as garantias exigidas pelos bancos. Hoje, esses são os principais gargalos enfrentados pelos pequenos produtores rurais, em especial, os empreendimentos agrícolas familiares no acesso aos serviços financeiros. O universo de trabalhadores rurais soma 4,8 milhões de pessoas, sendo que 4,1 milhões são familiares. Eles empregam 12 milhões de trabalhadores e respondem por 40% do valor bruto de produção agropecuária do País.
Essas dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores rurais foram debatidas, nesta terça-feira (17), por técnicos das áreas de Acesso a Serviços Financeiros, Agronegócios e Acesso a Mercados das unidades estaduais do Sebrae. Os debates acontecem em Brasília, durante a 1ª Reunião Nacional de Gerentes de Agronegócios 2009.
“O Sebrae quer trabalhar mais intensamente o agronegócio, incorporando questões de acesso a serviços financeiros e acesso a mercados. Essa integração chega em um momento crítico, com a crise financeira. Nosso objetivo é construir de forma continuada ferramentas de comunicação, como, por exemplo, sites setoriais, além de melhorar o acesso dos pequenos produtores às linhas de financiamento e ampliar a aproximação com mercado”, explica o gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae, Paulo Alvim.
Como apoio a esse trabalho, o gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae, Alexandre Guerra, afirma que a área irá atuar em três frentes. “Para ampliar a oferta, vamos desenvolver políticas junto ao Sistema Financeiro Nacional para reduzir os custos. Já pelo lado da demanda nosso objetivo é trabalhar as questões da orientação e informação levando o tema aos pequenos do agronegócio. Por fim, atuaremos na quebra de paradigmas, organizando grupos para adquirir soluções coletivas”.
Durante o encontro, o consultor Antônio Augusto de Castro apresentou as linhas de financiamento para as atividades rurais e agroindustriais anunciadas pelo Governo Federal para a safra 2008/2009. Ele destacou as exigências de enquadramento e condições operacionais dessas linhas, tais como limites, prazos e encargos.
De acordo com o consultor, a meta para a safra 2008/2009 era superar a produção anterior (143,3 milhões de toneladas de grãos, fibras e cereais) em 5%, atingindo 150,5 milhões de toneladas.
Porém, ainda segundo Antônio, a crise financeira internacional não vai permitir esse crescimento previsto. Ele destacou que com a crise houve uma redução nas exportações brasileiras de produtos agropecuários (carne de bovinos e suínos) e uma diminuição global no preço de várias commodities. “Além disso, houve uma retração geral no crédito e consumo o que, indiretamente, afeta o setor rural, que pode comprometer ainda mais a safra nesse período”, disse o consultor.
Para amenizar os efeitos negativos da crise sobre a agricultura brasileira, o consultor defende que os pequenos produtores rurais devem ser destaque no próximo Plano Agrícola e Pecuário, previsto para ser anunciado em junho, pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. “Há previsões otimistas que ressaltam a competitividade da agropecuária brasileira e a necessidade mundial de continuar produzindo e comercializando alimentos e combustíveis de fontes renováveis, o que seria um estímulo para a manutenção das atividades do agronegócio”, afirma.
Recursos de crédito rural
As principais linhas de financiamento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) são: o Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (Moderagro), com taxa de juros 6,75%; Programa de Modernização de Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), com taxa de juros 9,5% ao ano. Para produtores que se enquadrem como beneficiários do Proger Rural, a taxa de juros cai para 7,5% ao ano.
Também fazem parte das linhas do BNDES, o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), com taxa de juros 6,75% ao ano; Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), com taxa de juros 6,75% ao ano; Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora), com taxa de juros 6,75 ao ano; Programa de Estímulo á Produção Agropecuária Sustentável (Produsa), com taxa de juros 6,75% ao ano; e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf); para o agronegócio, as linhas BNDES Automático e Finame são as mais apropriadas. Para mais informações acesse o site www.bndes.gov.br.


Fonte: Interjornal


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