18 de mar. de 2009

Bimestre tem recuo de 26% nas exportações de calçados. Importações aumentam 15,7%

Bimestre tem recuo de 24% nas exportações de calçados. Importações aumentam 49%

Os dados do primeiro bimestre deste ano mostram o dilema do setor calçadista nacional. Enquanto os embarques apresentaram nova redução tanto no volume quanto no faturamento, as importações mantiveram sua trajetória de crescimento. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) obtidos através da Secex/MDIC, neste bimestre, os calçadistas receberam US$ 280,1 milhões, uma queda de 24%. Nos dois meses de 2008, as divisas ficaram em US$ 368,6 milhões. A quantidade de pares embarcados caiu 26%, ficando em 28,8 milhões de pares, contra os 39 milhões exportados de janeiro a fevereiro de 2008. O preço médio foi o único item que apresentou desempenho positivo e fechou com 2,8% de aumento. O par do calçado brasileiro foi vendido a US$ 9,71.

Já a entrada de calçados do exterior, principalmente da Ásia, registrou elevação nas divisas pagas pelos importadores, que aumentaram em 49% “Estamos muito preocupados com esta situação. O Brasil, além de perder mercado internacional, está sendo continuamente invadido pelos estoques excedentes dos chineses”, avalia Milton Cardoso, presidente da Abicalçados. Ao analisar todo o capítulo 64 da NCM, que inclui partes de calçados, o montante das importações no bimestre somaram US$ 40,8 milhões, o dobro em relação a janeiro e fevereiro de 2008, quando o pagamento havia sido de US$ 27,4 milhões.
A entidade está aguardando as conclusões da investigação de antidumping de calçados chineses que está em curso no Departamento de Comércio Exterior (Decom) do MDIC. O maior alerta da entidade é quanto a perda de empregos no setor, que somente no último trimestre de 2008 chegou a 42 mil postos de trabalho.

Destinos – Todos os principais países reduziram suas compras do Brasil. Os Estados Unidos mantêm a liderança, mas importaram 32,8% menos no volume e receberam, no bimestre, 8,6 milhões de pares e pagaram US$ 72,2 milhões. O preço médio ficou em US$8,38 e o faturamento foi reduzido em 29,3%.
A Itália agora está na segunda posição do ranking. Aquele país, que vem se destacando pela elevação das importações de calçados, neste bimestre apresentou, porém, um recuo de 1,4% no volume e fechou o período com 1,9 milhões de pares pelas quais pagou US$ 32 milhões. O preço médio do par foi de US$ 16,66. O Reino Unido acompanhou a tendência e diminuiu as importações em 39,4% e recebeu 1,4 milhões de pares. Mesmo sendo o país que paga o preço médio mais alto (US$ 21,03) entre os principais compradores, não evitou a redução também do pagamento, que foi 27,3% menor em relação ao bimestre do ano anterior e enviou para o Brasil US$ 30,7 milhões.

RS aponta maior queda

Dos seis principais estados exportadores de calçados, o Rio Grande do Sul registrou o maior percentual de queda. No primeiro bimestre deste ano, reduziu 39,36% o volume físico e embarcou 7,7 milhões de pares. O faturamento seguiu a tendência e também ficou negativo em 29,55%. Os gaúchos receberam US$ 160,7 milhões. No mesmo período de 2008, o faturamento havia sido de US$ 228,1 milhões. Com este desempenho, o Rio Grande do Sul foi responsável por 57,37% do total faturado pelo Brasil, que foi de US$ 280,1 milhões.

O RS é o estado líder em faturamento, mas perde em volume para o Ceará. O estado nordestino exportou 13,1 milhões de pares, 21,91% a menos do que no mesmo período de 2008. O faturamento caiu 7,66% e as divisas ficaram em US$ 13,1 milhões.
Os paulistas também tiveram resultados negativos com as operações no exterior. São Paulo exportou 1,2 milhões de pares, 38,97% a menos comparativamente ao primeiro bimestre do ano passado, obtendo divisas de US$ 19,4 milhões, 40,36% a menos.

Calçados de couro tem faturamento maior

Os produtos em couro continuam tendo valorização maior no mercado internacional. Mesmo com a redução de 36% no volume exportado no bimestre, que foi de 8,6 milhões de pares, os calçados do grupo de NCM 6403 (couros) foram responsáveis pelo faturamento de US$ 192 milhões. Já os calçados em sintético (NCM 6401), mesmo com o embarque de 19 milhões de pares, receberam US4 73 milhões. No período, este grupo de calçados teve redução de 36% no volume exportado e de 26,2% no faturamento.

Calçados de couro tem faturamento maior

Os produtos em couro continuam tendo valorização maior no mercado internacional. Mesmo com a redução de 36% no volume exportado no bimestre, que foi de 8,6 milhões de pares, os calçados do grupo de NCM 6403 (couros) foram responsáveis pelo faturamento de US$ 192 milhões. Já os calçados em sintético (NCM 6401), mesmo com o embarque de 19 milhões de pares, receberam US4 73 milhões. No período, este grupo de calçados teve redução de 36% no volume exportado e de 26,2% no faturamento.

ASCom Abicalçados / Brazilian Footwear
18 de março de 2009



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