17 de mar. de 2009

Produtos para cavalos: Oriente Médio importa US$ 672 milhões

O dado faz parte de um estudo da Apex, que mostra às empresas brasileiras as oportunidades de negócios existentes no segmento. Os Emirados têm o mercado mais promissor da região.
Isaura Daniel isaura.daniel@anba.com.br
São Paulo – Os países do Oriente Médio importam US$ 672 milhões em produtos para cavalos anualmente. O dado foi obtido a partir de um estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), elaborado para mostrar às empresas nacionais as oportunidades de negócios na região no segmento. Segundo o analista de Inteligência Comercial da Apex, Rodrigo de Andrade Iglesias, os Emirados Árabes Unidos são, no Oriente Médio, o mercado mais promissor para produtos voltados a cavalos. O levantamento também apontou que há um grande espaço para o Brasil nas exportações de animais vivos e calçados para montaria, entre os produtos pesquisados.

O estudo analisou os mercados da Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Catar e Síria. Também foi incluído o Egito, que fica no Norte da África, em função da proximidade com o Oriente Médio. Para indicar os segmentos e regiões mais promissoras como mercado, a Apex levou em conta as exportações brasileiras e as importações de cada país no ano de 2007. Foram avaliados os mercados para animais vivos, no caso cavalos, artigos de couro, o que inclui luvas e artigos para o seleiro, alimentos, que são produtos hortículas, além de calçados para montaria.

Do total dos produtos para cavalos que o Oriente Médio importa, US$ 175,4 milhões vão para os Emirados. Iglesias lembra que o país tem todo um ambiente social da equitação, o que propicia os negócios na área. Autoridades locais estão envolvidas em corridas de cavalos e o país faz parte do calendário mundial de competições na área. “Os emiráticos possuem uma das melhores infra-estruturas para tratamento, treinamento e cuidado de cavalos, com centros de equitação, estabelecimentos específicos para venda de produtos de cavalos, hospitais e clínicas veterinárias especializadas”, diz o estudo.

A população eqüina dos Emirados é atualmente de oito mil a nove mil cavalos e o custo mensal de manutenção de cada animal é de US$ 1,4 mil. O vice-presidente dos Emirados e emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al-Maktoum, é uma das personalidades mais influentes em corridas de cavalos do mundo, dono do maior haras do Oriente Médio e capitão do time nacional de Endurance, maratona com cavalo. Até 2010 o país deve finalizar, com investimento de US$ 720 milhões, um complexo habitacional para cavalos, que se chamará Escape. O local terá um hotel para mais de 200 cavalos e um spa.

De acordo com Iglesias, os setores indicados no estudo como promissores para as empresas brasileiras, no Oriente Médio, também são aqueles nos quais o Brasil é avançado. Na área de calçados, segundo o analista, o país tem uma vantagem competitiva por ter uma indústria bem desenvolvida. O Brasil exportou, no ano retrasado, US$ 1,2 bilhão em calçados para montaria e US$ 3,1 milhão em cavalos vivos. A Argentina é, de acordo com Iglesias, o grande exportador mundial no mercado de eqüinos. Segundo o analista, porém, o Brasil tem condições técnicas de competir com o país visinho.

Empresas brasileiras vão participar de uma mostra do setor, em Dubai, nos Emirados, de 19 a 21 de março. Três empresas, da área de alimentos para cavalos, estarão na Feira Internacional de Cavalos de Dubai, com apoio da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (AnfalPet) e Apex.



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