9 de abr. de 2009

Líbia: a hora é agora

Empresas brasileiras que querem fazer negócios no país devem se apressar para não perder espaço para companhias de outras nacionalidades, segundo o presidente da Câmara Árabe, Salim Schahin.
Alexandre Rocha alexandre.rocha@anba.com.br
São Paulo – Na contramão da crise financeira internacional, a economia da Líbia oferece oportunidades em vários setores para empresas internacionais. Os brasileiros que querem fazer negócios no país, no entanto, devem se apressar, pois companhias de outras nacionalidades já estão tomando os espaços como fornecedoras de bens e serviços...

Isso foi o que o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, ouviu de autoridades, diretores de estatais e empresários com quem conversou durante visita de dois dias ao país do Norte da África no final da semana passada. “As portas da Líbia estão abertas, mas o tempo está acabando”, disse Schahin, ao relatar o que lhe disse o ministro líbio da Infraestrutura, Abuzeid Dorda.

Turbinado pelas receitas do petróleo acumuladas nos anos de vacas gordas, antes do preço da commodity começar a cair em julho de 2008, o país procura recuperar o tempo perdido durante o embargo econômico que sofreu durante a década de 1990, e investe pesadamente em infraestrutura, desenvolvimento imobiliário e turístico.

Dorda pediu que empresas brasileiras de todos os setores sejam incentivadas a entrar na Líbia. Como exemplo ele citou a importação direta de produtos como o café, que muitas vezes é negociado por terceiros europeus.

De acordo com Schahin, para os líbios a presença das empresas brasileiras ainda é tímida, apesar de companhias como Petrobras, Odebrecht e Queiroz Galvão terem negócios no país. Há, segundo ele, boa vontade na Líbia em negociar com companhias do Brasil, mas elas precisam ir lá conhecer as oportunidades, tratar diretamente com os empresários locais e participar das licitações que vêm ocorrendo.

Além de obras públicas na área de infraestrutura, o país oferece possibilidades nos setores de desenvolvimento imobiliário - incluindo projetos habitacionais, shopping centers, escolas e hospitais - e fornecimento de material de construção, de acordo com os relatos dos líbios a Schahin. A Líbia precisa de insumos como aço e cimento e busca a formação de joint-ventures com empresas internacionais que atuam nesses segmentos.

O presidente da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Líbia, Jumaa Elosta, disse a Schahin que quer estreitar os contatos com a Câmara Árabe Brasileira para explorar mais as oportunidades de negócios existentes entre os dois países. Elosta afirmou, por exemplo, que há um projeto de implantação de uma refinaria de açúcar no país e quer apoio para encontrar empresas interessadas no empreendimento.

Schahin e o assessor da presidência da Câmara Árabe, Zein Said, estiveram também com os executivos da National Oil Corporation (NOC), Faraj Saïd (vice-presidente) e Saleh Rahuma (diretor de relações internacionais), e com o diretor-geral da Libyan Investment Company, Hussein Al Darrat.

Eles estiveram ainda na abertura da Feira Internacional de Trípoli, no dia 02, onde a Câmara Árabe tem um estande.


0 comments:

Postar um comentário

Resultado da pesquisa