4 de mar. de 2009

Brasil e África do Sul firmam parceria em abate halal

Agência de Notícias Brasil-Árabe
O Grupo de Abate Halal, com sede em São Paulo, estabeleceu um acordo de cooperação com o National Independent Halaal Trust, principal certificadora halal da África do Sul.
Geovana Pagel geovana.pagel@anba.com.br
São Paulo - O Grupo Abate Halal (GAH), que faz certificação e aplicação de regras islâmicas na produção e processamento de produtos agropecuários no Brasil, acaba de firmar uma parceria com o National Independent Halaal Trust (NIHT), da África do Sul.

"Somos a primeira entidade brasileira a conseguir o aval dessa certificadora, que é a mais importante do país. Nossas vendas (exportações brasileiras para a África do Sul) eram bem pontuais, agora vamos ter uma flexibilidade maior para exportar para a região", afirmou Ali Ahmad Saif, presidente do Departamento de Inspeção e Certificação Halal.

Segundo ele, a NIHT controla o abate halal para cerca de 500 empresas no país africano, entre elas grandes distribuidores, redes de supermercados e fast foods como a Nando's.

De acordo com Saif, apesar da África do Sul não ser um país islâmico, aproximadamente 25% do poder de compra está concentrado nas mãos de muçulmanos. "Por isso é praticamente impossível fornecer carne que não seja halal", disse.

No começo de fevereiro, o responsável pela certificadora sul-africana, Moulana Abdo Wahab Wookay, esteve no Brasil para visitar frigoríficos e conhecer os padrões da certificação halal no país. O encontro foi patrocinado pela BPI, trading dinamarquesa que possui uma filial no Rio de Janeiro.

Segundo informou Saif, o acordo contempla o envio de técnicos brasileiros à África do Sul para atestar e demonstrar a certificação brasileira de produtos halal. "Vamos fazer intercâmbio de funcionários com o objetivo de alinhar nossa forma de abate e controle em relação aos produtos exportados", explicou. "O abate halal feito na África do Sul é um dos mais respeitados do mundo. E exportando para lá teremos acesso a outros mercados, como os países árabes do Norte da África", acrescentou.

Na África do Sul, cerca de 90% dos produtos halal processados são voltados para o mercado interno. Já o Brasil foca grande parte de seus produtos halal para exportação. "Esse espaço conquistado pelo Brasil no mercado sul-africano é muito importante. Nos 112 países que têm presença de muçulmanos, estimados em dois bilhões de pessoas, a movimentação de produtos halal gira em torno de US$ 150 bilhões, somente no setor de alimentos", destaca.

De acordo com Saif, em meio a uma crise na economia internacional, quando ocorreu uma queda significativa nas exportações brasileiras de carne bovina, os produtos de origem halal conseguiram conquistar novos mercados, principalmente no Oriente Médio.

Alimento halal

A palavra halal no idioma árabe significa “lícito”, “permissível”. É considerado alimento halal desde que cultivado e processado de acordo com regras religiosas e higiênicas islâmicas. Isso exige que nenhum alimento contenha impurezas, chamadas de "najs". Um exemplo disso são as partes de animais de corte que têm contato com excrementos como fezes e urina, que são imediatamente descartadas no frigorífico.

Na hora do abate bovino, por exemplo, ele deve estar voltado para Meca, mas antes de entrar no local de abate, é feita uma oração para o animal, que deve ser morto de uma forma rápida e não dolorosa, na primeira degola.

Contato GAH

Site: www.gah.com.br
E-mail: halal@ gah.com.br
Telefone: +55 (11) 4338-7776

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