1 de mar. de 2009

Avicultura brasileira vê recuperação no preço do frango no mercado internacional

Portal do agronegócio
A decisão do setor avícola brasileiro em promover um ajuste de produção como forma de não sofrer impactos da crise econômica mundial, com uma oferta do produto maior que as demandas externa e interna, trouxe uma rápida reação do mercado internacional. A principal resposta veio na recuperação dos preços no mercado externo, resultado principalmente da decisão do setor em reduzir o alojamento de corte em 20% e a meta de atingir um plantel máximo de 400 milhões de frango de corte alojadas no mês.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e diretor do Setor de Abatedouros e Mercado da União Brasileira de Avicultura (UBA), Domingos Martins, os preços no mercado externo já demonstram uma recuperação. “Hoje, apesar do momento de crise econômica, os cortes específicos de frango no mercado internacional custam entre 150 e 200 dólares por tonelada a mais que no final do ano passado, o que se torna um alento para a avicultura, que vinha entrando nesse período de crise econômica com muita cautela”, informou.
Segundo Domingos Martins, os mercados compradores se mostraram bastante preocupado com a possibilidade de faltar frango devido à decisão brasileira em reduzir a produção. Essa manifestação foi informada durante a Gulfood 2009, feira do setor alimentício que aconteceu nesta semana em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O setor avícola do Paraná esteve presente ao evento, com todas as empresas exportadoras associados ao Grupo Unifrango Agroindustrial representadas na feira. Associada ao Sindiavipar, a Unifrango reúne 19 empresas do segmento avícola do Paraná e responde pela terceira colocação em abate de frango no país, com 1,8 milhão de cabeças abatidas/dia.
Para o presidente do Sindiavipar, a participação das avícolas paranaenses na feira foi bastante gratificante, pois possibilitou o fortalecimento de parcerias já consolidadas e a abertura para novos mercados. Hoje, o Oriente Médio é o principal destino da produção avícola do Paraná. De acordo com levantamento do Sindiavipar, dos dez principais mercados consumidores da carne de frango do Paraná, quatro são do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Egito), que juntos somaram 30% de participação no volume das exportações paranaenses no ano passado. “A decisão em reduzir a produção avícola brasileira tem preocupado os importadores, que temem uma falta de frango no mercado. Na feira em Dubai eles demonstraram preocupação com o grande mercado brasileiro. No entanto, não há perspectiva dessa falta de oferta de frango, uma vez que o ajuste de mercado caminha de acordo com o desempenho das exportações do produto”, informa Domingos Martins.

Ajuste de mercado
Depois de atuar para reduzir o alojamento de corte em 20% desde novembro do ano passado, a avicultura de corte brasileira decidiu no final de fevereiro ampliar o seu ajuste de produção, numa recomendação nacional para se atingir um plantel máximo de 400 milhões de frango de corte alojadas por mês. De acordo com o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, a estimativa é de que com esse ajuste da produção o Paraná diminua o abate de cabeças de frango em aproximadamente 12%, comparado à média mensal obtida no ano passado. A média mensal de 2008 foi de 101.843.663 cabeças, com a avicultura paranaense finalizando o ano com o abate de 1.222.123.962 cabeças. Apesar disso, o estado irá se manter como o principal produtor de frango de corte do Brasil, respondendo por aproximadamente 27% da produção nacional.
O pacote pró-ajuste do mercado avícola foi sugerido pela União Brasileira de Avicultura (UBA) e pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (ABEF). O presidente do Sindiavipar destaca que o ajuste de mercado se faz necessário para afastar a possibilidade de crise sobre esse importante setor do agronegócio brasileiro, equilibrando a oferta e o consumo de frango no cenário interno. “Nos últimos meses, estamos enfrentando uma diminuição nas exportações de frango do Brasil, em virtude da crise econômica mundial, que traz como consequência a falta de crédito para viabilizar as exportações nacionais. No último mês, a diminuição nas exportações foi de aproximadamente 50 milhões de cabeças de frango, uma demanda que fica para o consumo interno. Então, para equilibrar a oferta e a demanda, tanto no cenário externo quanto no interno, propomos esse ajuste de produção”, explica Domingos Martins.

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