2 de mar. de 2009

Economia: brasil não deve aceitar protecionismo de outros paises - lula

Agência Safras
SAFRAS (02) - Em encontro com empresários realizado nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro dos Países Baixos, Jan Peter Balkenende, fizeram um discurso alinhado criticando a adoção de práticas protecionistas neste momento de crise e enfatizaram a necessidade de se promover reformas na estrutura financeira vigente. "Temos inquietações, cada país está tomando as medidas adequadas pensando em seu mercado interno e na sobrevivência de sua economia. Pesam sobre nós responsabilidades muito grandes.
Nós não temos o direito de aceitar o protecionismo como solução para esta crise", afirmou Lula, ressaltando que o protecionismo certamente levará ao aprofundamento da crise.

"Se os americanos se fecharem, se a Europa se fechar, se o Brasil se fechar, a crise ganhará uma dimensão muito maior e, ao invés de uma solução, poderemos ir para o caos", disse.

"Estou convencido de que o Brasil e os Países Baixos estão na mesma linha.

Precisamos de uma nova estrutura financeira. O protecionismo tem que ser evitado, não é um bom caminho", observou o primeiro-ministro holandês, que veio ao Brasil acompanhado por representantes de 70 empresas que participam de missão organizada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Na avaliação de Lula, a saída para a crise está em estímulos ao mercado, ao livre comércio e à concorrência. "Por isso é importante que nós e outros presidentes estejamos juntos para normatizar algumas coisas no sistema financeiro. Farei um discurso forte contra o protecionismo, de reabrir a rodada de Doha, para que países pobres não se tornem miseráveis com uma crise que não tiveram culpa", disse, referindo-se ao próximo encontro do G-20, que será realizado em abril, em Londres, Inglaterra.

Especificamente sobre Doha, Lula comentou que as negociações sofreram o impacto de problemas políticos, como as eleições nos Estados Unidos e as na India, marcadas para o próximo mês. "Agora acredito que não tem nada mais que possa impedir a rodada de Doha. Estou convencido que Doha é mais uma negociação política que econômica", afirmou.

O presidente brasileiro ainda criticou, mais uma vez, a especulação de investidores que gerou a alta dos preços do petróleo, das commodities e dos alimentos, em 2008, ressaltando que o tema precisará fazer parte da reunião do G-20.

"Quando nos encontrarmos no dia 2 de abril, em Londres, vamos ter oportunidade de ter uma discussão política sobre os rumos do setor financeiro internacional. Vamos ter que criar uma normatização, definir o papel de quem vai fiscalizar o sistema financeiro. Esta é uma oportunidade para que se repense um pouco uma regulação das instituições financeiras internacionais, dos paraísos fiscais, um novo papel para o Fudo Monetário Internacional, para os bancos centrais", afirmou Lula, que disse que está rezando para que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tome as medidas acertadas para paralisar a crise.

"E queria que o primeiro-ministro [dos Países Baixos] rezasse também para que o Obama tome a decisão sábia para o mundo, para que o Congresso compreenda a gravidade da crise. O momento não é de fazer politicagem com a crise econômica", afirmou o presidente. As informações partem da Agência Leia.

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