2 de mar. de 2009

Complementaridade econômica é prioridade para Brasil e Japão

Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil
A complementaridade econômica entre Brasil e Japão estará entre os principais temas que serão periodicamente discutidos nas próximas reuniões de monitoramento do comércio bilateral. Esta foi a conclusão do encontro entre as delegações dos dois países que se reuniram nos dias 19 e 20 de fevereiro, em Brasília, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na I Reunião do Comitê Conjunto de Promoção Comercial e de Investimentos MDIC-METI. Participaram do encontro representando a Câmara, o presidente Makoto Tanaka e o secretário-geral Fujiyoshi Hirata.

Segundo o vice-ministro para relações internacionais do Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) do Japão, Hiroyuki Ishige, a economia japonesa tem aspectos que a brasileira não tem e vice-versa. “Precisamos aproveitar melhor as especificidades de cada economia“, disse durante o encontro.

Para o secretário-executivo do MDIC, Ivan Ramalho, merece destaque o aumento de 45% na corrente de comércio entre os dois países, em 2008, e os resultados positivos verificados em janeiro deste ano. "Apesar da crise, o ano começou com crescimento no intercâmbio comercial e esperamos que esse resultado seja ainda melhor ao longo do ano", destacou.

O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, classificou como desafio do grupo a necessidade de se aumentar os conhecimentos recíprocos, para incremento do comércio bilateral. Ele ainda destacou relatório apresentado na reunião, pelo Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC), no qual o Brasil aparece como o quarto país mais indicado como destino para investimentos japoneses, a frente dos Estados Unidos e da Alemanhã.

A próxima reunião do Comitê Conjunto de Promoção Comercial e Investimentos MDIC-METI será realizada no início do segundo semestre, em Tóquio.

O grupo brasileiro foi coordenado pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, e contou com a participação do secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, além de representantes de outros órgãos do Governo Federal. A delegação japonesa, formada por 32 pessoas, foi chefiada pelo vice-ministro para relações internacionais do Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) do Japão, Hiroyuki Ishige.

Resultados da reunião

Durante a reunião, foram discutidos, dentre outros assuntos, facilitação de negócios, metrologia, propriedade intelectual e desenvolvimento de cooperação aduaneira. Paralelamente ao encontro, foram assinados acordos de investimento entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Japonês para Cooperação Internacional (JBIC).

Comércio e promoção de investimentos - nas discussões sobre promoção de investimentos, representantes dos dois governos concordaram em buscar alternativas para o aumento do comércio bilateral; discutiram o treinamento de agentes públicos responsáveis por pequenas empresas; a cooperação em infra-estrutura e a realização de estudos para conhecimento mútuo; os representantes japoneses anotaram as propostas brasileiras quanto às medidas fitossanitárias e de proteção ao meio-ambiente, quanto à cooperação técnica de setores específicos e para integração.

Facilitação de comércio - mais uma vez foi destacada a necessidade da troca constante de informações entre os dois países, além de terem sido debatidos temas relacionados a tarifas alfandegárias, registro de importação e vistos de trabalho.

Metrologia – o Instituto Nacional de Metrologia do Japão (NIMJ) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) concordaram em continuar os trabalhos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento de medidas de metrologia; confirmaram interesse em aprofundar a harmonização nos padrões nacionais da área de acústica e vibrações e quanto à necessidade de aprofundar a troca de informações em tecnologia para (IT) metrologia, metrologia química e nanometrologia, entre outras.

Propriedade intelectual – foi mantido o desejo conjunto de troca de informações sobre o exame de patentes e a possível cooperação entre o escritório japonês de Patentes (JPO) e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI); trocaram informações sobre as medidas de cada lado para combater pirataria e contrabando; os japoneses alertaram que estão utilizando a lista, não exaustiva, de elementos da biodiversidade brasileira e informação atualizada de exemplos de marca registrada brasileira.

BNDES – durante a reunião de comércio bilateral Brasil-Japão foi assinado memorando de entendimento entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Nippon Export and Investment Insurance (NEXI), para cooperação em investimentos nas áreas de óleo e gás, bioetanol e infra-estrutura. Ainda foi realizada a troca de contratos entre o BNDES e o Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC), noo valor de US$ 250 milhões. O documento foi assinado no final de 2008.

Intercâmbio comercial

Em janeiro de 2009, as exportações brasileiras para o Japão somaram US$ 402 milhões, um crescimento de 7,3% com relação ao mesmo período de 2008, quando totalizaram US$ 375 milhões. Na mesma comparação, as importações brasileiras de produtos japoneses alcançaram US$ 584,6 milhões, significando aumento de 8,3% em relação ao primeiro mês de 2008 (US$ 539,9 milhões).

No período, o Brasil apresentou déficit comercial de US$ 182 milhões no comércio com o Japão. O ano de 2008 também fechou com déficit para o Brasil - US$ 662 milhões, contra US$ 288 milhões em 2007.

Em 2008, o Brasil exportou US$ 6,15 bilhões para o Japão, um crescimento de 42,2% sobre 2007, quando totalizaram US$ 4,3 bilhões. As importações brasileiras provenientes do país chegaram a US$ 6,8 bilhões - aumento de 47,7% sobre o ano anterior (US$ 4,6 bilhões).

No período, o Japão foi o 6º mercado comprador de produtos brasileiros, duas posições acima do ano anterior. O país ocupa a mesma posição no ranking de países que vendem produtos ao Brasil - a mesma posição registrada em 2007.



PDF anexo: Declaração Conjunta da I Reunião do Comitê Conjunto de Promoção Comercial e de Investimentos MDIC-METI (em inglês)



Fonte: ASCOM/MDIC

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