15 de abr. de 2009

Crise global afeta cinco de cada 10 empresas no Distrito Federal

A crise financeira mundial tem impacto no desempenho das indústrias do Distrito Federal. Para 37,1% dos 125 empresários que responderam à pesquisa da Federação das Indústrias do DF (FIBRA), o atual momento da economia do DF é ruim e para 10,5% a situação atual muito ruim. Na prática, a pesquisa apontou que cinco em cada 10 indústrias locais tiveram os resultados econômicos afetados pela crise de forma negativa entre o final de 2008 e o início de 2009. Os empresários apontaram também medidas que consideram importantes para mudar o atual cenário da economia. Para os entrevistados, se faz necessário racionalizar ou reduzir a carga tributária (93,2 pontos); aumentar a qualidade e a produtividade industrial do DF (91,7 pontos),... desburocratizar a atividade industrial (89,1 pontos), ampliar a infraestrutura (88,9 pontos) e combater a informalidade (85,6 pontos). A pesquisa apontou também para a melhoria da capacitação da mão-de-obra como quesito necessário ao melhor desempenho dos resultados da empresa. Por outro lado, 30,6% daqueles empresários que responderam à pesquisa disseram que o atual momento da economia na capital federal foi satisfatório para os seus negócios e 20,2% consideraram como sendo boa a situação econômica brasiliense. O objetivo da pesquisa foi conhecer a dimensão dos efeitos da crise internacional sobre as indústrias do DF. As entrevistas ocorreram entre os dias 23 e 25 de março de 2009 com micro, pequenas, médias e grandes empresas. O presidente da FIBRA, Antônio Rocha, diz que vem promovendo negociações no sentido de equacionar alguns gargalos apontados na pesquisa. Segundo Rocha, foi aberto um canal com o Banco do Brasil para que seja colocado à disposição dos micro, pequenos e médios empresários linhas de crédito de até R$ 20 mil para capital de giro sem as exigências de garantias. Além disso, conforme enfatizou, se encontra em tramitação na Câmara Legislativa do Distrito Federal projeto de lei que permite o parcelamento de ICMS para aquisição de equipamentos destinados à incorporação de ativos da empresa. No mesmo sentido, a FIBRA encaminhou proposta ao GDF para reduzir a alíquota do tributo de 17% para 12% e que se encontra em fase de estudo. Rocha afirmou que a redução da carga tributária, como enfatizado pelos empresários, é um objetivo que vem sendo buscado pela federação. O presidente da FIBRA explicou também que o SENAI/DF tem desenvolvido programas de qualificação profissional com conteúdo necessário ao atendimento da indústria local. Ele disse também que o aumento da oferta de emprego no DF se dará com o início das obras do Setor Habitacional Noroeste e do Parque Tecnológico Capital Digital (PTCD). “O DF tem comportamento diferente dos demais Estados brasileiros. O resultado mostra certo equilíbrio entre aqueles que vislumbram os efeitos da crise como impacto negativo na indústria. Porém, apresenta vários caminhos para trabalharmos ainda mais em benefício do desenvolvimento da economia local”, avaliou o presidente da FIBRA.

Indicadores da indústria

As vendas das indústrias brasilienses tiveram um recuo de 1,80% em fevereiro de 2009 comparado com o desempenho em janeiro deste ano. Porém, quando se verifica o resultado de fevereiro de 2009 com o mesmo mês de 2008, a queda fica maior: - 6,77%. O primeiro bimestre deste ano ficou -7,39% se comparado com o faturamento nos dois primeiros meses do ano passado. Seis dos oito segmentos tiveram queda no item faturamento em fevereiro de 2009 comparado com o mês anterior. Os números contam da 64ª edição da Pesquisa Indicadores de Desempenho da Indústria do DF referente ao primeiro bimestre de 2009. O documento avalia faturamento, pessoal empregado e Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) dos segmentos alimentação, metal-mecânica, madeira e mobiliário, vestuário e acessórios, edição e impressão, tecnologia da informação, reparação de veículos e construção civil. A pesquisa indicou uma queda de 1,30% na oferta de emprego em fevereiro de 2009 comparado com janeiro deste ano. Mas, o primeiro bimestre deste ano ficou melhor em relação aos dois primeiros meses do ano passado: +4,44%. Além disso, fevereiro deste ano ficou 5,98% superior na base comparativa ao mesmo mês de 2008. Seis dos oito setores pesquisados apresentaram declínio na oferta de emprego em fevereiro comparado com o mês anterior. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) em fevereiro deste ano ficou em 64,54%. Todos os segmentos operaram acima da metade do NUCI, sendo que os setores de alimentação, vestuário e acessórios, tecnologia da informação e outras indústrias funcionaram acima de 70% da capacidade instalada. Isso fez com que a média do primeiro bimestre ficasse em 63,77%.

Sondagem conjuntural

No entanto, as perspectivas do empresário brasiliense para o segundo trimestre deste ano cresceram 1,7 ponto percentual em comparação com o primeiro trimestre de 2009. O indicador de confiança da indústria ficou em 58,83 pontos contra 57,71 pontos nos três primeiros meses do ano 2009. Com relação ao faturamento, a pesquisa Sondagem Conjuntural apontou expansão de 3,4 pontos percentuais entre as expectativas para o primeiro trimestre e o segundo trimestre do ano. Os empresários também avaliam que haverá um leve aumento na contratação de mão-de-obra. Porém, 67,16% das empresas mostram que não há planos de investimentos neste segundo trimestre, percentual mais elevado dos últimos oito trimestres da série histórica da pesquisa. A Sondagem Conjuntural pesquisou 201 empresas no DF. No entanto, a pesquisa mostrou recuou entre os motivos que causam preocupação aos empresários. Os destaques puderam ser percebidos, por exemplo, na carga tributária que no trimestre passado preocupava 89,15% dos entrevistados e recuou para 85,70%. A falta de demanda – outro item – também preocupa menos, ou seja, na pesquisa referente ao primeiro trimestre foi citada por 68,93% e passou para 47,76% dos entrevistados. Há também uma maior percepção da indústria com relação as compras governamentais. A Sondagem referente aos três primeiros meses de 2009 apontou que 40,81% dos entrevistados tinham preocupação com relação a este item. Para o segundo trimestre, a avaliação ficou em 26%. “Isso pode ser compreendido um avanço no desempenho da economia local. Devemos apenas aguardar o resultado do comportamento da indústria referente ao mês de março para que possamos concluir se a crise financeira mundial começa a ter os efeitos reduzidos no DF”, concluiu o presidente da FIBRA.

Mais informações
Roberto Cordeiro
Assessor de Imprensa
Federação das Indústrias do DF (Fibra)



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