7 de abr. de 2009

Pelas asas dos pássaros!

O Brasil é, sem margem para discussão, um país de oportunidades abundantes. Tanto isso é verdade que, podemos até afirmar, que aquela famosa frase “nela em se plantando tudo dá” pode, perfeitamente, ser estendida a outras áreas e não apenas à agricultura. O que falta, talvez, seja um pouco mais de comprometimento por parte de nossas autoridades, permitindo que o país e, na mesma esteira, o seu povo, sigam o curso natural rumo ao seu crescimento e desenvolvimento. Mas, não são apenas as grandes ações e, os grandes projetos que fortalecem a marca Brasil no exterior. Já somos reconhecidos mundialmente por nossas reservas petrolíferas, por nossas matrizes energéticas ecológicas, pela grandeza de nossa indústria, pela capacidade do nosso agro-negócio e, pela grandiosidade de nossas riquezas minerais e suas diversidades. Entretanto, podemos fazer muito mais, podemos ampliar este leque tornando o Brasil reconhecido mundialmente por uma série de outros atrativos que, talvez, não tenham em princípio o mesmo brilho das grandes estrelas. Uma delas é a área do turismo... Impressionou-me ume reportagem divulgada pela Câmara de Comércio Brasil Marrocos que dizia que a cidade de Marrakesh, sozinha, recebia oito milhões de turistas anualmente, enquanto o Brasil caminha para algo em torno de cinco milhões. A desproporção é sensível, não desmerecendo as belezas da famosa cidade do norte da África, mas, o Brasil, dotado de tantos estímulos naturais poderia abrigar, no mínimo, um número duas vezes maior. E olha que temos o carnaval para dar uma mãozinha a este número. Então o que falta para atingirmos e superarmos esta marca? Falta uma ação mais consistente por parte do governo federal, através de seu Ministério do Turismo e do Ministério das Relações Exterior (ainda que não seja sua alçada), aliada às ações dos governos estaduais. Seria como oferecer o Brasil “inteiro e em pedaços”. Sem deixar de mencionar é claro, em uma infra-estrutura de segurança e de serviços como hotéis, por exemplo. A indústria do turismo é enorme geradora de receitas e de empregos diretos e indiretos, além de ser, responsável pelo desenvolvimento de negócios futuros. Basta para asseverar isso, imaginar a quantidade de empresários que estão entre os turistas que visitam o Brasil. Estes homens de negócio estão sempre com “um olho no gato e outro na sardinha”. Uma das ações que sempre defendi como homem de Comércio Exterior, em minhas andanças pelo mundo, foi a presença de um stand do Ministério do Turismo em todas as feiras que o Brasil participe. Não estou falando em nenhuma apresentação carregada de pirotecnia ou de luxo, mas, em um espaço simples, objetivo, acolhedor e profissional onde o visitante possa, no mínimo, pegar um folheto informativo. Neste folheto, uma série de sites poderia ser disponibilizada, permitindo ao potencial interessado realizar uma primeira visita virtual ao Brasil. Por outro lado, as empresas brasileiras poderiam hospedar em seus sites, um link direcionando os visitantes a uma página exclusiva sobre o Brasil, através de um programa que poderia ser chamado de “Conheça o Brasil”. Dispensa dizer, que esta hospedagem, seria de alguma maneira, reconhecida às indústrias. A idéia pode ser insensata, se vista apenas sob a ótica deste que escreve, mas, posta sobre uma mesa e discutida entre várias cabeças, é provável que receba uma outra roupagem e uma estruturação mais adequada. E não é só o turismo fator gerador de possibilidades de negócios. O esporte é outro elemento de vital importância. Afinal, ainda somos o país do futebol, mas, também nos destacamos no vôlei, no futebol de salão, no futebol de areia, no hipismo, no judô, na natação, no ping-pong, no boxe, no automobilismo e em várias outras modalidades. Basta para confirmar a importância do esporte, todo o esforço que vem sendo feito para garantir uma olimpíada no Brasil. A relevância deste segmento para a economia como criador de empregos, gerador de receitas, oportunidades de negócios presentes e futuros e, como vitrine do país é fato incontestável. E já que estamos falando de esporte, gostaria de ressaltar dois assuntos que, em princípio, parece não se relacionarem, mas, se analisados sob um ângulo empreendedor, podem mostrar muitos pontos em comum. O primeiro deles trata de uma reportagem, apresentada, no último domingo, pela Rede Record, em seu programa “Domingo Espetacular” que abordou a prática da falcoaria no Brasil. Infelizmente, uma prática ainda não regulamentada pelo IBAMA. O segundo fato, foi, a entrevista concedida ao jornal alemão Der Spiegel, pelo xeique do Catar. Já no final da entrevista, o xeique ressalta a importância da América Latina na relação com o seu país e com o Oriente Médio. É claro que o Brasil deve se preocupar com as questões de primeira grandeza nos negócios para com aquele país e a região antes de qualquer coisa. Da mesma forma, as modalidades esportivas de mais peso devem receber mais destaque. Entretanto, mesmo sendo uma pequena semente que se joga hoje, o Brasil poderia explorar mais esta atividade, atraindo um nicho de visitantes diferenciado, um público que talvez não aprecie outras formas de esporte. O Brasil poderia tirar proveito, de maneira positiva, de toda a benevolência brindada pela mãe-natureza quanto à sua rica fauna de aves de rapina que podem ser utilizadas na prática da falcoaria. Vale lembrar, que esta atividade possui adeptos no mundo inteiro e no Brasil desenvolve importantes atividades como o Projeto Harpia na Mata Atlântica. Monitoramento e ecologia do gavião-real, em parceria com a Associação Brasileira de Falcoaria e Preservação de Aves de Rapina, Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Chico Mendes e Biodiversidade (ICMBIO) e SOS Falconiformes. E também é uma atividade que ajuda na recuperação de outras aves, como nos mostra a seguinte matéria: “A arte milenar da falcoaria, utilizada por antigos imperadores para treinar aves de rapina para a caça esportiva, está sendo utilizada pela equipe de fauna do Refúgio Biológico Bela Vista na recuperação de pequenos gaviões. O técnico especializado Marcos José de Oliveira está aplicando o método em dois gaviões-carijós feridos e um gavião quiriquiri, trazido ainda filhote ao cativeiro. As aves estão há um mês sendo manejadas com a nova técnica e espera-se que elas possam ser soltas novamente na natureza (Divisão de Imprensa - Itaipu Binacional)”. Apesar de sua prática estar difundida em vários países do mundo, parece que é no Oriente Médio que ela encontra um maior número de adeptos, já que a falcoaria, naquela região se funde à própria história e cultura do povo, sendo inclusive mencionada no sagrado Alcorão. Finalmente, se unirmos os esforços e o profissionalismo da falcoaria brasileira à esta abertura dada pelo xeique do Catar durante sua entrevista, podemos estar diante de uma nova possibilidade de negócios, atraindo um turista diferenciado e, muito provavelmente, homens de negócios, já que a atividade é praticada de maneira profissional em outros países. Com a implantação de uma regulamentação que preserve a integridade dos animais, junto às autoridades competentes, prevendo inclusive futuras ações ilegais, como o contrabando de espécies o que, infelizmente, ainda é uma triste realidade brasileira, podemos estar diante de mais uma oportunidade a ser explorada. E, mesmo que seja uma idéia tímida, o Brasil pode ser mostrado ao mundo, não só pela sua capacidade e suas belezas naturais, mas, também pelas asas dos pássaros. Apenas para ilustrar, Dubai desenvolveu um projeto voltado à prática do golfe, há alguns anos, e hoje, realiza o torneio mais caro do mundo. Conheça mais sobre o assunto: http://www.abfpar.org/




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