10 de mar. de 2009

Governo brasileiro vai a Buenos Aires com tom pacificador

Fábio Rocha, Agência Indusnet Fiesp

Retaliações da parte brasileira não estarão na mesa de negociação


Welber Barral: intenção do Brasil é fortalecer parque industrial argentino
Na próxima quinta-feira (12), uma equipe técnica do governo brasileiro estará na Argentina para tentar conter a pressão entre os dois países, por conta das inúmeras restrições impostas pelo país vizinho às importações brasileiras. No entanto, o Brasil chegará a Buenos Aires com um tom mais conciliador do que reivindicador.

Como explica o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Welber Barral, a intenção do governo brasileiro é de fortalecer o parque industrial argentino, por considerar o país comercialmente importante.

Ele afirma que não haverá retaliação da parte brasileira. “Não vamos aumentar ainda mais este espiral”, disse o secretário nesta terça-feira (10) durante reunião do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp.

De acordo com Barral, o governo brasileiro cogita a possibilidade de se realizar acordos setoriais, desde que a Argentina se comprometa em não desviar seu comércio a terceiros países.

As restrições às importações brasileiras é uma manobra de Buenos Aires para retrair o déficit comercial que o país mantém com o Brasil. No ano passado, este déficit passou dos US$ 4 bilhões.

Barral argumentou que este déficit não é problema do Brasil, mesmo porque o País foi deficitário com Argentina por muitos anos. “O déficit que a Argentina mantém com o Brasil é proporcional ao fluxo comercial entre os dois países, e o volume de comércio gera divergências”, explicou.

Impacto

Uma análise da Fiesp mostra uma queda brusca nos embarques brasileiros à Argentina, de 47,2% no primeiro bimestre do ano, enquanto que as vendas argentinas à China caíram 29,5%.

No final da semana passada, o governo brasileiro foi pego de surpresa com a publicação no Diário Oficial Argentino de outras barreiras aos embarques brasileiros, para os setores têxtil e metalúrgico.

As licenças não-automáticas – uma das principais barreiras impostas pela Argentina – são praticadas por todos os países. Porém, o tratamento que está sendo praticado no Brasil e na Argentina é diferente.

No Brasil, os produtos sujeitos ao licenciamento não-automático são liberados em até dez dias, como ocorre no licenciamento automático. O mesmo não ocorre com os produtos brasileiros na Argentina, que chegam a levar até cinco meses para serem liberados.





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