28 de fev. de 2009

Quando a vida imita a arte ou, pelo menos deveria!

Se pedirmos a dez pessoas que assistam a um mesmo filme, invariavelmente e, muito provavelmente, teremos dez opiniões distintas. Alguém dirá que gostou do mocinho. Outro dirá que o bandido era legal. Pode ser que alguém ache que o fim não foi empolgante. E, talvez, alguém até afirmará que o filme era uma droga. Mas, certamente, não encontraremos opiniões exatamente iguais. Semelhantes, talvez. Exceção é feita, aos casais que assistiram ao filme no cinema. Estes, sem sombra de dúvidas, terão a mesma opinião, ou seja, opinião nenhuma, pois, a grande maioria, acaba não assistindo o filme. Entretanto, um detalhe é verdadeiro, toda grande obra cinematográfica, deixa em nós, marcas indeléveis as quais, acabam nos acompanhando por um bom período de nossas vidas, quando não, pela vida toda. Eu, por exemplo, até hoje, não me aventuro muito no mar além da altura do joelho. Claro que isso não tem nada a ver com o filme “Tubarão” ao qual, assisti, pelo menos umas dez vezes. E pra não dizer que nunca mergulhei, pratiquei a arte na piscina da casa de meu primo. E olha que mesmo lá, a sensação era de que o tubarão pudesse aparecer. Mesmo assim, posso dizer aos meus netos, que tive meus dias de Jacque Costeau. Sempre achei que o pescador deveria ter aberto mais as pernas, assim, não entraria na boca do tubarão. De um jeito ou de outro, prefiro a água pela altura dos joelhos. Quando muito posso ser atacado por um siri ou um bagre. Mas, vamos falar de outro filme, mesmo porque, não sei se irei à praia nestes feriados e, não quero me lembrar daquela musiquinha: tantantantantantan! E este filme é, provavelmente, bem menos assustador que o outro, a não ser que, já tenhamos empresários buscando clientes na lua por conta desta redução drástica da demanda mundial. Apolo 13, estrelado pelo grande Tom Hanks. Curiosamente, associei este filme ao que estamos vivendo nos dias de crise de hoje. Não faz muito tempo, a economia mundial foi lançada, todos os motores funcionando, a tripulação em harmonia, a nave perfeitamente alinhada na rota, alegria, ótimas perspectivas, planos para um pouso seguro na lua e um retorno a terra, mais seguro ainda. De repente, Bum! Lá se foi o tanque de oxigênio (não vou dizer para o espaço, porque eles já estavam lá). Turbulência, gritaria, golpes daqui, golpes de lá, barulhos, estrondos, gases escapando, a nave fica fora de rota, todo mundo chacoalhando lá dentro, comunicações ininterruptas com a Nasa, até que o pouso na lua foi abortado. Se traçarmos um paralelo com os acontecimentos dos últimos meses, poderemos enxergar uma situação bastante semelhante, não? Bancos gigantescos quebrando. Multinacionais enormes a beira da falência. Corte nas linhas de crédito. Desemprego em massa em todo o mundo. E o pouso seguro na lua foi, exatamente, ipsis litteris, para a lua. Assim como, no filme, o plano agora é outro. Nada de pouso na lua, precisamos é trazer a nave e a tripulação em ordem. É claro que a missão não será nada fácil, afinal, não conhecemos as avarias sofridas pela nave. Não sabemos quanto oxigênio ainda resta. Nosso sistema de navegação foi danificado. Não temos baterias suficientes. O nível de gás carbônico aumenta a cada respirada. E só podemos contar com dois fatores: a experiência da tripulação, perdida no espaço dentro de uma nave avariada e a equipe em terra com todo o seu arsenal de profissionais. Entretanto, e aqui volto ao filme, precisamos elaborar uma estratégia ou, uma linha mestra, para tentar resolver o problema. E o filme nos mostra bem quais são os elementos que formam esta estratégia, segundo o meu ponto de vista. Liderança: o mais importante neste momento é determinarmos quem será o líder de toda a operação. Este líder deve contar com uma equipe que esteja harmoniosamente equilibrada no mais profundo espírito do “team work”. Esta equipe precisa ter um, ou mais objetivos bem claros para não perder tempo com assuntos que nada agregarão à missão. Todos os elementos da equipe precisam estar sintonizados com o líder pelo comprometimento. Cada qual deve fazer aquilo que se comprometeu a fazer. A criatividade lógica deve ser a tônica de cada ação desenvolvida. Esta criatividade deve estar alicerçada a uma fonte sólida de informações claras. Estas informações que, serão traduzidas pela criatividade devem fluir com extrema rapidez. Não podemos perder nem um segundo. Se não acertamos na primeira vez, aprendemos como não devemos fazer e, devemos persistir na idéia, caso nos pareça factível. Encontrar onde estamos errando. Um espírito de responsabilidade geral deve ser nutrido doravante. Agora, já não somos responsáveis apenas em garantir os nossos empregos, mas, o emprego de todos os nossos colegas. Dos escritórios e do “chão de fábrica”. Todos devem pensar desta forma: “sou responsável por mim e pelos outros”. Todas as ações tomadas devem ser entendidas como causas e, como de praxe, geram conseqüências. A análise profunda da primeira pode evitar que a segunda seja improdutiva. Não podemos nos desviar do objetivo, por isso, a centralização é fundamental. Mesmo que estejamos centralizados no objetivo, devemos sempre, paralelamente, avaliar um plano B, uma alternativa, seguindo os mesmos parâmetros de avaliação do plano original. Uma vez definido o plano, decisões devem ser tomadas, por isso, a figura do líder não deve ser meramente decorativa. Muito bem, o resumo da ópera é: Liderança, Team Work, Objetivo, Comprometimento, Criatividade, Informações Claras, Rapidez, Persistência, Responsabilidade, Análise das causas e conseqüências, Centralização no objetivo, Alternativas e Decisão. Ao todo, são treze, mas, como eu disse lá no começo do texto, pode ser que, cada um que assista ao filme, encontre outras treze mais. O importante é: pé no chão e cabeça na lua e não no mundo da lua. Porque a lua ainda é o nosso objetivo!

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