9 de mar. de 2009

Para Celso Amorim, Brasil precisa de soluções "mais criativas" com a Argentina

Recebido na noite de quinta-feira (5) na Fiesp, chanceler disse estar surpreso com as novas barreiras comerciais impostas pela Argentina

As negociações comerciais entre Brasil e Argentina enfrentarão um novo embate. O governo argentino publicou nesta quinta-feira (5) em seu Diário Oficial uma nova série de licenças não-automáticas que dificultam ainda as importações brasileiras ao país vizinho.

De acordo com a resolução, somam-se às outras licenças já aplicadas pela Argentina mais 23 posições tarifárias para os setores têxtil (14), objetos do lar (5) e produtos metalúrgicos (4). As medidas devem entrar em vigor vinte dias após sua publicação, ou seja, em 25 de março.

O anúncio das medidas pegou de surpresa o governo brasileiro. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que estava reunido na noite de quinta-feira (5) com empresários na Fiesp, disse que ainda não tinha ciência sobre as novas restrições, mas afirmou que neste momento é preciso ter “tranqüilidade” e encontrar “soluções mais criativas” para conter a pressão entre os dois países. O ministro cogitou a possibilidade de que haja uma negociação por blocos setoriais.

“Qualquer medida que possa ser interpretada como protecionismo é ruim, mas não podemos ter medo”, argumentou o chanceler, após jantar com empresários na Fiesp. Celso Amorim não descartou a possibilidade de o governo brasileiro atuar da mesma forma, no entanto, ressaltou que este artifício não é a melhor opção. “Estas questões precisam ser vistas com mais tranqüilidade”, explicou.

As restrições às importações brasileiras à Argentina é uma manobra de Buenos Aires para retrair o déficit comercial que o país mantém com o Brasil. No ano passado, este déficit passou dos US$ 4 bilhões.

E o impacto destas barreiras à importação já pode ser sentido pelo setor privado. No início da semana, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou a balança comercial do primeiro bimestre e mostrou uma queda vertiginosa de 46,5% nos embarques brasileiros para o país vizinho, em relação a igual período de 2008.

Fábio Rocha, Agência Indusnet Fiesp

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